PROFESSORAS, INVESTIGADORAS E ENSAÍSTAS, HELENA LOPES E MARINELA FREITAS PROTAGONIZAM NA CASA DE CHÁ DE SERRALVES UMA TERTÚLIA LITERÁRIA QUE MOSTRA O QUE ELES – OS LIVROS – E ELAS – AS MULHERES – TÊM (OU NÃO TÊM) EM COMUM. ASSIM SE DEBATE A QUESTÃO DOS GÉNEROS, LITERÁRIOS E NÃO SÓ… NO ÚLTIMO SÁBADO DO MÊS.

Sábado, dia 29 de Junho, a Casa de Chá de Serralves será palco de uma conversa que pretende desmistificar a noção do género no universo da literatura. Entre as 15h30 e as 17h30, as professoras e ensaístas Helena Lopes e Marinela Freitas propõem um debate animado e polémico com base no tema "Je est une autre (eles, os livros, e elas, as mulheres)".

Inserida no ciclo “Chá de Folhas”, que decorre até Julho de 2013, esta iniciativa sugere uma tarde (bem) passada na companhia de chás e livros. Cada sessão, um professor, investigador ou autor português dinamiza a conversa em torno de temas originais e textos literários de referência. A programação do ciclo é da responsabilidade de Joana Matos Frias, professora de Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A entrada nas sessões é gratuita mas requer a aquisição de bilhete para o Parque de Serralves (€3,00), válido todo o dia, bem como a reserva de lugar nas sessões até 24h antes, para o email: casachaserralves@gmail.com.

ELA ESCREVEU-O, MAS…

«Por que não avaliar o grau de interferência que a percepção do sexo de quem escreve ou cria tem na recepção das suas obras? Por que não questionar que expectativas se formam em relação à literatura e à arte produzida por mulheres?» São estes os desafios que Helena Lopes e Marinela Freitas nos lançam para este sábado.

«Ela não o escreveu. (Mas se pelos vistos o fez…) Ela escreveu-o, mas não devia. (É político, sexual, masculino, feminista.) Ela escreveu-o, mas olhem sobre o que ela escreveu. (O quarto, a cozinha, a família dela. Outras mulheres!) Ela escreveu-o, mas escreveu apenas um. (Jane Eyre. Coitada, foi a única coisa que…) Ela escreveu-o, mas ela não é realmente uma artista, e ele não é realmente arte. (É um thriller, um romance, um livro para crianças. É ficção científica!) Ela escreveu-o, mas teve ajuda. (Robert Browning. Branwell Brontë, o seu próprio “lado masculino”) Ela escreveu-o, mas ela é uma anomalia. (Woolf. Com a ajuda do Leonard…) Ela escreveu-o, MAS…». É a partir desta provocação de Joanna Russ, evocada pelas moderadoras da sessão, que somos levados a mergulhar em textos de algumas das maiores escritoras da literatura mundial.