Por volta do ano de 1906, Maurice Ravel mostrou intenção de compor, para orquestra, um tributo à valsa e a Johann Strauss II, que fosse uma obra romântica. Este projecto acabou por ficar parado até ao final da Iª Guerra Mundial, altura em que retomou a ideia, em resposta a uma encomenda de Serguei Diaghilev, para os Ballets Russes e, inspirado pela experiência da guerra, a intenção do romantismo perde dominância, dando lugar, no ritmo da valsa, a uma derivação frequentemente levada para o caos.

E é pegando nesta obra que surge este projecto “La Valse” apresentado agora na programação da Companhia Nacional de Bailado, que propôs ao coreógrafo Paulo Ribeiro e ao realizador João Botelho o desafio de explorar a composição de Ravel e a conceberem um olhar cinematográfico sobre o movimento dos corpos, nascendo daí uma curta-metragem.

Da programação faz também parte o espectáculo “A Sagração da Primavera”, onde a a coreógrafa Olga Roriz se propõe a recriar a sua própria versão desta obra, estabelecendo uma ponte entre a música de Stravinsky e a dança.

Esta que é uma das mais importantes obras sinfónicas do século XX encerra uma trilogia de bailados que Stravinsky compôs para a companhia dos Ballets Russes, de Sergei Diaghilev e que a famosa coreógrafa recebe com fidelidade o guião e encara como sua com alguma emoção, dizendo que "apenas o facto de escrever ou deixar escapar-me da boca a conjugação destas simples palavras «a minha Sagração», me transtorna a mente, o coração, a flor da pele".

Teatro Camões, Lisboa

24 Mai a 3 Jun

Qua, 15h. Qui a sáb, 21h. Dom, 16h

Preço: Entre 5€ e 20€