Um dos maiores desafios que pode surgir a uma escultura é fazer com que esse objecto seja uma representação do vazio. É esse o objectivo desta exposição de Rui Chafes com o nome de “Tranquila ferida do sim, Faca do não”. Ao contrário do percurso habitual de criação de uma escultura, que é o de ocupar um espaço e conter uma representação, a obra de Rui Chafes é uma procura do “nada”, partindo da ideia de que “muito mais difícil do que enchê-lo é esvazia-lo”, como procurava incessantemente o grande mestre Alberto Giacometi. É por essa razão que cada escultura deste autor é uma obra fechada sobre si própria, auto-contida, e em que cada abertura é como uma ferida auto-infligida e uma entrada para a intimidade da obscuridade. Com isto, Rui Chafes apresenta uma exposição que tem como objectivo visual a ausência da encenação, descobrir o vazio dentro do vazio, através de uma procura pela relação entre a escultura e substâncias não-vivas e o corpo humano e fazendo uso para isso de um interessante jogo de escalas.

Ter a Sáb, 10:00-20:00