Uma massa de gente universal e enigmática atravessa diferentes estados. Uma obra desafiadora e poderosa que redefine radicalmente a relação entre performer e espectador.

Partindo do livro de Elias Canetti Massa e Poder (1960), finalizado após 30 anos de pesquisa, Marcelo Evelin investiga a massa enquanto multidão de singularidades. Uma massa que quer crescer e investe na descarga como modo temporário de indistinção, num corpo-a-corpo sem violência e sem trégua. O espectador divide o espaço com os intérpretes, um buraco negro, horizonte de eventos para a massa que busca o ponto mais negro, o pretume, lá onde se está tão próximo do outro quanto de si mesmo.

Banhados de luz, 5 intérpretes de diferentes partes do mundo, donos de corpos negros tão exóticos quanto familiares, contorcem-se vigorosamente, movendo-se através do espaço como uma massa arfante imprevisível e rítmica. Somos todos iguais, sem raça ou género, pisamos o mesmo chão, sem um assento onde repousar. Todo o lugar é um lugar de encontro.

Porquê e como se juntam as pessoas? Algumas podem ter estado reunidas, cinco ou dez ou doze, não mais. Nada foi anunciado, nada esperado. Diferente de tudo o que até hoje já viu, De repente fica tudo preto de gente surpreendeu públicos no mundo inteiro em mais de 40 apresentações.

“Um lote de gente, um bloco de sujo, um bando em fuga. Massa e multidão.
Angu de gente, caldo de corpo, densidade do indivíduo comprimido em um ajuntamento.
Exercitar o lugar do performer e o lugar do espectador. Trocar os papéis e as regras, inverter as condições de percepção e experiência do monte, se misturar no bolo.
Bloco de corpo. Pra sair na rua no sábado de carnaval.”
Marcelo Evelin

SEX 19 Setembro | 21h30
Fábrica de Cultura/Blackbox – Minde
1h | M/16 | 6€