Quem conhece Black On Both Sides e já se comoveu vezes sem conta a ouvir «Umi Says» sabe bem que Mos Def é um dos mais interessantes MCs que a geração Rawkus deu ao mundo. Ao lado de Talib Kweli, Mos Def ofereceu ao hip hop uma visão pessoalíssima, comprometida com a inteligência e a sensibilidade, impregnada de arte e permanentemente renovada.

Muitos conheceram Mos Def a rimar em «Big Brother Beat» do álbum Stakes is High dos poderosos De La Soul, em 1996. Mas antes disso, Mos Def já tinha tentado dar nas vistas com os Urban Thermo Dynamics, grupo que só ganharia alguma notoriedade anos mais tarde, quando o seu tema «My Kung Fu» conquistou algum balanço na sombra de conquistas posteriores. Outra colaboração, com os mais obscuros Da Bush Babees aumentou o seu perfil que o conduziu até à Rawkus, quando os anos 90 já haviam dobrado para a segunda metade e o hip hop independente reinava supremo nas ondas de rádio. É desse tempo o projecto Black Star com Talib Kweli, quando juntos trocavam rimas carregadas de consciência por cima de beats de Hi-Tek, J. Rawls ou Shawn J. Period. Black on Both Sides foi editado em 1999 e trazia consigo o peso de ser um clássico instantâneo, um álbum perfeito com colaborações de gigantes como Weldon Irvine produções geniais de gente como Psycho Les ou 88-Keys e flows carregados de génio. É por esta altura que uma outra notória carreira de Mos Def descola, levando-o até aos ecrãs de cinema para impressionantes participações em filmes como Monster’s Ball, Brown Sugar, The Woodsman e muitos outros, como o memorável Cadillac Records em que, literalmente, vestiu a pele de Chuck Berry recebendo rasgados elogios da crítica especializada.

6 de junho, às 22h

Preço: 25€