William Parker é bem capaz de ser um dos mais importantes músicos de jazz dos últimos 30 anos. Na altura em que o jazz estava associado à luta pelos direitos civis dos afro-americanos, muito jovem ainda, já ele conquistara uma posição de relevo na cena de Nova Iorque, dirigindo a sua própria orquestra. Na década de 1980, quando se vivia o revivalismo bop e a crítica ignorava ostensivamente a atividade da vanguarda jazzística, o que acontecia no rescaldo do free gravitava em seu torno. Parker era o símbolo de uma resistência.

A solo, percebeu-se todos os motivos porque tem sido indicado como o mais insigne contrabaixista da actualidade, da revista Downbeat à Jazz Journalists Association. Foi este mesmo homem que confortou Peter Kowald nos últimos segundos de vida deste e que ofertou um contrabaixo a Henry Grimes quando o antigo companheiro de Albert Ayler regressou às lides musicais. Activista consequente, é ele igualmente que tem estado por detrás de tantas iniciativas de apoio à comunidade musical nova-iorquina e à população do bairro onde centra a sua actividade, traços da uma nobre personalidade que não deixará de estar evidenciada na música que nos oferece.

Dia 7 de Dezembro às 21:30
Preço: 5€