MÚSICA: Rufus Wainwright

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Rufus Wainwright vem a Portugal para dois concertos, um no Optimus Primavera Sound e outro no Coliseu dos Recreios. Prepara-se para apresentar “Out of the Game”, o mais recente trabalho de originais, que agora aqui repassamos.

É uma sensação estranha a que me provoca a, primeira, audição de “Out of the Game” de Rufus Wainwright, pois, de novo, aparenta que o canadiano parece ter posto a sua carreira em velocidade de cruzeiro desde “Release the Stars” de 2007. Depois de anunciado, pelo próprio, como um álbum pop, este novo disco mais parece uma manta de retalhos de Vilamar, em que se misturam tons de soul, gospel (Jericho), R&B e faustosos musicais da Broadway (Welcome to the Ball).

Anárquico e refinado sim, de pop, niqueles.

Com um leque invejável de parceiros, com principal destaque para o produtor Mark Ronson, “Out of the Game” é um álbum pouco corajoso no corte definitivo do cordão umbilical com o minimalista “All Days Are Nights: Songs For Lulu”, bem visível, por exemplo, na desinspirada “Montauk”. Razão me dá Rufus quando, no início do disco, canta: I’m out of the game/I’ve been out for a long time/Now I’m looking for something…

Neste universo meta-existencial que é “Out of the Game”, real e irreal, ontem e hoje, assinale-se a assimétrica alquimia dos arranjos orquestrais de Ronson, que sem roubar as canções à órbita intimista e misantrópica, lhes acrescenta uma ténue e trémula luminosidade, ao jeito de fator redentor, contribuindo de forma decisiva para o resultado final de “Out of the Game”.

É porém vital, para um melhor entendimento deste disco, que não nos deixemos levar por uma primeira audição, uma vez que a imediata impressão com que se fica é que estamos perante uma cobertura nova com o recheio habitual. Longe disso. É verdade que há medos e inquietações, mas, ainda que permaneça muitas dúvidas e incertezas, não se trata de um registo negativo ou destrutivo – pelo contrário, a esperança e a crença são transversais a praticamente todas as letras das canções. Depois de algumas atentas audições, apercebemo-nos de que, mesmo na sombra, há espaço para a luz.

É essa ambivalência emocional das canções, entre a desolação e as probabilidades da esperança mais esquiva, embebidas por uma aura de clássico, não pop, que dá a “Out of The Game” uma coesão há muito não vista nos registos de Wainwright

Rufus Wainwright – Out of the Game, CD Decca, 2012. – (6.5/10)

Orlando in Punch Magazine

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