Celebra-se esta semana uma das mais antigas festas religiosas do mundo: a Páscoa. Ela já é celebrada há mais de 3.400 anos, isto é, quase três milénios e meio.

Como tudo o que envolve o homem, a Páscoa tem sido desvirtuada. Hoje os símbolos mais comuns da Páscoa são os folares, os ovos e coelhinhos de chocolate. Mas nada disto tem a ver com a Páscoa.

A festa da Páscoa começou como celebração de uma libertação. O seu início está descrito no Êxodo, capítulo 12, quando o povo de Israel estava escravizado no Egipto. Ela marca o início do povo de Israel como nação livre, por isso o mês de sua celebração seria o primeiro mês do ano no calendário do povo israelita. Eles deveriam lembrar-se de que a sua nova vida como nação livre estava fundamentada nessa libertação.

No dia dez daquele mês, cada família tomaria um cordeiro ou um cabrito de um ano, sem defeito. O animal seria guardado por quatro dias. No décimo quarto, ao pôr do sol, o animal seria morto. O sangue deveria ser passado nas portas, sinalizando que naquela casa um animal havia sido morto. A sua carne, assada e comida ao jantar, com ervas amargas e pão sem fermento. As ervas amargas eram para lembrar como a vida no Egipto havia sido amarga por causa da escravidão. O pão sem fermento (pães ázimos) lembrava a pressa com que o povo saiu do Egipto.

O jantar era celebrado com o povo vestido e pronto para sair (vestes cingidas, sandálias nos pés e cajado na mão). Seria como tomar uma refeição estando de malas prontas para seguir viagem. Uma refeição feita à pressa. O que sobrasse seria queimado, pois como estavam de viagem, tudo se estragaria.