«Para os que não mudaram de país em busca de futuro, resistir parece implicar mudar de assunto», desabafa Rui Lage. Munido de textos de «Resistência, Recuo e Regresso» de autores como Thoreau, Melville, Ramalho Ortigão, Jorge de Sena e Manuel António Pina, o poeta, ensaísta e crítico do Porto anima dia 27 de abril a 4ª conversa informal sobre livros, na Casa de Chá de Serralves.

Dia 27 de Abril, entre as 15h30 e as 17h30, o poeta Rui Lage dinamiza na Casa de Chá de Serralves uma conversa sobre textos de resistência sob o tema: “Se não podemos mudar de país, mudemos de assunto”.

Inserida no ciclo “Chá de Folhas”, que decorre até Julho de 2013 (no último sábado de cada mês), esta iniciativa da Casa de Chá de Serralves propõe a quem nela se inscreva um namoro entre chá e livros, num ambiente informal. Cada sessão, um professor, investigador ou autor português dinamiza a conversa em torno de temas originais e textos literários de referência. A programação do ciclo (em anexo) é da responsabilidade de Joana Matos Frias, professora de Faculdade de Letras da Universidade do Porto. A entrada nas sessões é gratuita mas requer a aquisição de bilhete para o Parque de Serralves (€3,00), válido todo o dia, bem como a reserva de lugar nas sessões até 24h antes, para o email: casachaserralves@gmail.com.

Crise? Emigração? Desconversemos!

Fala-se de crise todos os dias. A emigração é tantas vezes apontada como única alternativa. E se desconversássemos? Rui Lage propõe-nos «Resistir. Recusar o discurso dominante». Mas não esquecendo que isso «implica um recuo; ou um sair do sítio onde (não) estamos rumo a outra coisa qualquer: a arte? A literatura? A ética? O cosmos? Deus, outra vez? Uma coisa é certa: um recuo é um regresso. Pode ser, entretanto, que o assunto nos mude (para melhor). Ou, pelo contrário, jamais mudaremos enquanto não matarmos de vez o assunto pendente?», questiona...

Rui Lage, que entre 2002 e 2011 publicou, de poesia, os livros Antigo e Primeiro, Berçário, Revólver, Corvo e Um Arraial Português, é também autor de textos dramatúrgicos e de literatura para a infância. Está representado em diversas antologias e publicações com ensaios, crítica literária, artigos científicos, poemas e traduções. Co-fundou e dirigiu, entre 1998 e 2004, a revista de literatura, música e artes visuais Águas-Furtadas. Integrou a direcção da Fundação Eugénio de Andrade entre 2001 e 2011 e foi assessor parlamentar na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura da Assembleia da República. Dedica-se actualmente, para além da escrita, à docência e à política.

Sobre a Casa de Chá

A Casa de Chá de Serralves está agora aberta todo o ano, encerrando apenas à 2ª feira. Para além dos almoços, a oferta gastronómica inclui refeições ligeiras, brunchs ao fim de semana (por encomenda, até 24h antes), cocktails, petiscos de final da tarde e, como não podia deixar de ser, uma oferta variada de chás exclusivos, servidos com pastelaria caseira e scones do dia. Na montra de mimos para levar, para além dos chás, o destaque vai para os produtos da região, como as compotas e os vinhos do Douro. Harmoniosamente integrado na paisagem do Jardim de Serralves, o espaço foi alvo de uma redecoração por Raul Sousa - Antiquário do Séc. XX, oferecendo recantos cujo conforto convida a deixar-mo-nos ficar. Workshops, sessões literárias e provas de produtos regionais completam o leque de razões para uma visita.