Belém, Calçada da Ajuda. São 11 horas e o espectáculo está prestes a começar. Numa voz ecoante, soam palavras que agarram o espectador ao momento que se segue. Abrem-se as portas do Picadeiro e surge o esperado: o cavalo Lusitano, na sua mais pura beleza. Desfila acompanhado de um cavaleiro que, a seu lado, o conduz, sendo apresentada, através de uma projecção de imagens, a grandeza e invulgaridade própria desta raça.

A magia que une a Arte Equestre à melhor representação do cavalo Lusitano acontece agora na Calçada da Ajuda, em apresentações periódicas a cargo da Escola Portuguesa de Arte Equestre (EPAE). Requalificado e inaugurado no passado mês de Julho, com o objectivo de apresentar com dignidade estes espectáculos, o Picadeiro Henrique Calado tem atraído a Belém atenções de todo o Mundo, proporcionando aos seus visitantes a oportunidade de conhecerem de perto esta raça única.

Treinos diários, apresentações semanais e galas

Com treinos diários abertos ao público (ver calendário), a Escola Portuguesa de Arte Equestre revela o trabalho realizado no ensino e preparação dos cavalos. Posteriormente, nos espectáculos semanais, todas as quartas-feiras, pelas 11:30, o fruto desse trabalho é materializado em exercícios de equitação clássica e coreografias que, com música, luzes e cavaleiros vestidos a rigor, tornam o momento especial.
Igualmente acompanhadas por sonorização e iluminação, as Galas apresentam exercícios de equitação próprios do período barroco e Jogos da Corte, os torneios praticados entre os século XVI e XIX. Agendadas em datas especiais, têm a duração de 90 minutos. 

Uma escola com tradição

A Escola Portuguesa de Arte Equestre, sedeada nos Jardins do Palácio Nacional de Queluz, foi criada com o intuito de prolongar a tradição da Picaria Real, academia equestre da corte portuguesa, extinta no século XIX.

De modo a melhorar as apresentações feitas no Palácio, desenvolveu-se um projecto com a Parques de Sintra – Monte da Lua, de requalificação do Picadeiro Henrique Calado. Estavam assim criadas melhores condições para “promover o ensino, a prática e a divulgação da Arte Equestre tradicional portuguesa”.

Contando com cerca de 49 cavalos da Coudelaria de Alter, a EPAE tem apostado no ensino dos cavalos Lusitanos, muito apreciados para a Arte Equestre e o Toureiro, pelas suas características inigualáveis.
Dócil, inteligente, polivalente (pela sua aptidão para obstáculos, equitação de trabalho e atrelagem de competição), ágil a fugir a touros e bastante maleável pela fácil condução para toureio, este cavalo distingue-se pela sua elegância e simpatia.

Simpatia essa que é bem visível ao longo das actuações, seja no cumprimento ao espectador, feito à entrada e saída do Picadeiro, ou no piaffer, na passage, na levada, na capriola e na balotada, alguns dos exercícios que mais aplausos conquistam do público.

O Picadeiro

Reconstruído com uma imagem discreta e moderna, sendo o foco principal o centro do picadeiro, este projecto de requalificação conta com duas bancadas para os espectadores, numa lotação de 282 lugares, com acesso a cafetaria e loja.

Passados quatro meses da sua inauguração, o Picadeiro Henrique Calado já recebeu cerca de 2000 visitas, na sua maioria estrangeiros que vêem este como um lugar de interesse, enriquecedor para a já turística zona de Belém.  

Faça uma visita ao Picadeiro Henrique Calado e fique a conhecer um pouco mais a Arte Equestre Portuguesa. Os preços das apresentações variam entre os 8€ e os 25€.

Mais informações em: Arte Equestre