Numa turma caracterizada pela sua multinacionalidade fazia todo o sentido falar sobre “Diversidade Cultural”.

Como ponto de partida visualizámos um excerto do filme «Gods must be crazy» que pelo seu próprio enredo, pelas situações caricatas com que nos defronta a cada passo, proporciona momentos de reflexão a respeito de nós mesmos, dos outros, e de como reagimos face a imprevistos, situações novas e, no fundo, à mudança.

«Gods must be crazy» trata-se de um filme cómico aliciante. Torna-se muito interessante, na medida em que faculta um espaço de entretenimento e de prazer provido de matéria de reflexão que nos alerta para a diversidade cultural.

Conduzindo-nos às deslumbrantes paisagens africanas, mais concretamente, ao deserto do Kalahari, no Botswana, junto à Africa do Sul, para um contexto espaço-temporal totalmente diferente do nosso. Esta simples comédia africana, tem como protagonista um autêntico boximane, N!Xau, um homenzinho de 1.46 cms, que nunca tinha tido contacto com a civilização moderna.

O filme começa no deserto do Kalahari, no Botswana, junto à África do Sul, numa pacata e semidesértica paisagem, coberta por uma vegetação arbórea esparsa. Parece um paraíso mas é o deserto mais traiçoeiro do mundo. Os seres humanos evitam o Kalahari como a peste, pois, precisam de água para sobreviver. Assim, não há gente nas lindas paisagens, excepto, o pequeno povo do Kalahari. Delicados, pequenos e graciosos, os Boximanes.

Tudo começa, quando um piloto que sobrevoa o deserto do Kalahari, atira uma garrafa vazia de Coca-Cola. A garrafa acaba por ser encontrada por Xi que a leva para a aldeia. Xi tem, assim, o seu primeiro encontro com a civilização através de uma garrafa de Coca-Cola.

A partir daí, toda a gente começa a lutar para ter o seu magnificente poder. Um sentimento trazido junto com o presente dos Deus que todos queriam ter, espalhando assim a discórdia entre o grupo. De uma maneira simples e lógica Xi decreta que o presente dos Deuses foi, na verdade, um descuido e que na realidade é uma coisa má que deve ser devolvida. Então, Xi parte pelo deserto e vai encontrar... civilização!



E o que era para ser uma simples comédia, acaba por se tornar num laboratório em tempo real e deu-nos consciência que, muitas vezes, olhamos o mundo, exactamente como Boximanes. Partimos dos nossos conhecimentos e princípios, para atribuir aos factos, significados de acordo com o que nós achamos apropriado, mesmo que a nossa interpretação esteja, de facto, completamente equivocada.

Rimos de nós mesmos sem percebermos a quantidade de símbolos que o filme possui. O absurdo de querer ir ao fim do mundo devolver a ‘coisa má’ não é lógico, mas quantas vezes perante situações que surgem na nossa vida, gostaríamos de encontrar um “precipício” para nos vermos livres delas? Compreendemos que a garrafa do filme é uma analogia, que simboliza tudo o que é novo, que se atravessa no nosso caminho e destabiliza a nossa harmonia.

Numa forma expressa, clara e ténue, o realizador Jamie Uys mostra, neste filme, muito do que somos. Daí sentir a necessidade de referir a história do filme, certos pormenores, porque muitas das situações nos levam à reflexão e a um crescimento pessoal. Durante o filme percebemos as nossas fraquezas, os nossos limites, despertamos para a necessidade de aceitação do(s) outro(s), aprendendo a tolerar as suas imperfeições. Tanto quando conceber os factos pela nossa óptica, como a dificuldade de absorver a diversidade cultural, como problemas constantes e presentes em cada cultura.

A cultura é a “natureza” do homem. É o conjunto das práticas e dos comportamentos sociais inventados e transmitidos no grupo: a língua, os ritos e os cultos, a tradição mitológica, mas também o vestuário, o habitat e o artesanato constituem elementos essenciais dela.

 

 

Dadas as modificações verificadas nas sociedades contemporâneas, o estudo de hábitos de consumo ou lazer adquire uma importância crescente para as teorias da desigualdade. Quer porque as condições que geram a identidade e acção das «classes» sempre incorporaram, elemento de posição e status do grupo, ligados a um determinado estilo de vida, quer porque nas sociedades contemporâneas, uma parte crescente da acção social se desenrola no nível de vida que se aparenta ter, os elementos subjectivos e culturais de identidade da população, concretizados nas formas de consumo e lazer, são decisivos para marcar as diferentes posições sociais. A marca de vestuário utilizada, os lugares frequentados, a escolha do local de férias, a prática de um determinado desporto, tornam-se importantes para analisar desigualdades sociais.

A diversidade cultural pode ser vista, por conseguinte, como a nossa “biodiversidade”, aquela que deveríamos preservar, se não quisermos enfraquecer num mundo globalizado que seria desprovido dos conteúdos, valores, símbolos e identidades que nos dizem intimamente respeito.

 

 

Uma das formas de desigualdade social mais actuante nas sociedades contemporâneas é a das relações étnicas e raciais, apesar de todos os apelos a favor da não discriminação. A existência de uma noção de «superioridade» ou «inferioridade» entre raças, construída culturalmente pelos diversos grupos sociais, sem apoio na teoria científica, facilitada pela visibilidade biológica da diferença, torna-se um facto fundamental da interacção social. As identidades étnicas resultam de orientações da acção, com base cultural, que podem provir tanto de uma auto classificação do grupo como de uma classificação imposta por outros, assumindo, por vezes, a forma de «estigmas».

 

 

O grupo pode escolher voluntariamente o isolamento, pode ser deliberadamente segregado pelos outros ou, o que é frequente, podem verificar-se ambas as situações. O critério pode resultar de vários atributos, frequentemente entrecruzados, nomeadamente raciais (a história social separada dos «negros» na América ou dos «brancos» em África, por exemplo), religiosos (os judeus e os muçulmanos em países europeus), históricos e políticos (a distinção entre sérvios e croatas na ex-Jugoslávia) ou linguísticos (as diferentes nacionalidades de Espanha: galegos, castelhanos, catalães, bascos).

Todos estes factores nos dão uma ideia da grande complexidade que reside na análise dos comportamentos étnicos e raciais, e também das desigualdades sociais nas sociedades contemporâneas.

 

A reflexão sobre “Diversidade Cultural” foi gratificante, na medida em que, todos quiseram participar levando à proposta de um novo trabalho sobre o tema “diferente entre iguais”. Foram, então, elaborados cinco trabalhos de grupo (com 5 elementos cada), com o objectivo de representar todas as nacionalidades existentes na turma: Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné, Brasil e Macau.

 


Resultou num trabalho de grande aprendizagem que nos permitiu “viajar”, partilhar costumes, experimentar sabores, ouvir sons….
Foi óptimo observar o espírito de equipa entre os alunos da 51B, onde cada um é diferente entre iguais.  

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