Se é daquelas pessoas que adora conviver, comer e beber. Se gosta da Natureza e não tem problemas em sujar-se. Então, experimente esta tradição.

Por alturas da Páscoa, na Azambuja, a pesca da enguia é muito frequente. Nesta sexta-feira santa, cumpriu-se mais uma vez a tradição. E com os habitantes dos Casais dos Britos, na Azambuja, fomos passar um dia inteiro à pesca da enguia.
O convívio foi organizado pelo Centro Cultural e Recreativo de Casais dos Britos. O local escolhido foi uma praia fluvial, mais conhecida como Casa Branca, que se situa no Vale do Tejo, a poucos quilómetros da Azambuja.

Chegámos por volta das 10h00, e a organização já preparava os pães para o famoso torricado que se ia comer ao almoço.
Depois de preparado todo o material, é hora de procurar um bom local para a pesca.

Como funciona

As enguias pescam-se em valas, em zonas de lezíria. É preciso uma cana, corda, uma bóia e um remolhão. Esta parte pode ser um pouco arrepiante para os mais sensíveis. O remolhão, o isco, é basicamente uma bola de minhocas.
Com uma agulha e fio trespassam-se as minhocas de uma ponta à outra, fazendo uma espécie de colar. Dobra-se em forma de bola, ata-se à corda presa na bóia com um peso, e enrola-se o fio à cana, para poder aumentar e diminuir o alcance. Deverá regular a bóia, de modo a que o remolhão fique a bater no fundo.
Depois é esperar pacientemente pelas enguias, ou lagostins, que picam com mais frequência.

É colocado um chapéu-de-chuva aberto, onde são depositadas as enguias. Como deve imaginar não é fácil. É preciso perícia para trazer a enguia pendurada até ao chapéu sem que caia.

Chega a hora do almoço. E que bem que sabe o torricado com bacalhau, ou febras para quem prefere. Para a sobremesa doces, fruta e bolos variados.
Agora que a barriguinha está cheia, é hora de recomeçar a pesca. Ao chegar a casa, ao cair da noite, o cansaço é muito. Mas valeu bem a pena pelo divertimento, pela boa comida e pelo convívio com os amigos.