PASSEIOS (cá dentro): Freixo de Espada à Cinta, um desafogo para os sentidos

Foi a cerca de 350 km de distância de casa que voltei a confirmar que há lugares simples e admiráveis. Cobertos de história, de cor, de silêncio. Sim, cá dentro! No Douro, o Internacional, eis que o Parque Natural e Freixo de Espada à Cinta me  surpreendem.

A chegada já tardia levou-me a jantar no “Lagar”, situado numa pequena aldeia antes de Freixo, de seu nome Escalhão. Torradinhas de azeite com flor de sal, um cacho de vitela barrosã acompanhado de batatinhas grelhadas e de umas singelas migas, desafogaram-me o estômago e os sentidos. Melhor que isto, uma lareira acesa, dois cadeirões e um tinto para brindar!

E como os Prazeres são o combustível da nossa vida, decidi não perder a embalagem e pernoitar na Quinta do Salgueiro, um turismo rural à entrada da vila de Freixo, onde me rendi às leituras de Guerra Junqueiro e, sobretudo, às compotas caseiras da D. Margarida!

A manhã presenteou-me com algo que não tem preço: uma visita, a par com um amigo autóctone da vila, ao Miradouro do Carrascalinho, na freguesia de Fornos. Uma paisagem maravilhosa e a perder de vista. A margem portuguesa, a margem espanhola. Ao meio, o Douro. As encostas carregadas de lódão, alguns laranjais, olivais e rebanhos. E foi assim que se fez silêncio. Ali, escutámos o sol, o vento e a paisagem tão bela e agreste! Ímpar! Dizem nuestros hermanos que é o único sitio na Península Ibérica onde avistamos as espaldas das águias pretas e brancas!

Na verdade, já andei por muitos lugares. Já vi até muitas paisagens. Mas, confesso que Deus caprichou neste “cenário”! Não sei se este é o lugar mais silencioso e bonito de Portugal, mas, certamente, é dos mais bonitos do Douro Internacional! Neste longínquo recanto, apenas faltou beber um Porto ou um Freixo wine, como me foi dito!

Com as baterias recarregadas, avistámos o planalto mirandês, visitámos as aldeias de Mazouco, Fornos e Lagoaça. E as amendoeiras em flor. A opção “fora de estrada” foi uma excelente opção, pois só assim alcançamos os locais mais selvagens eainda intocados pelo Homem.

Posto isto, ainda em torno de Freixo de Espada à Cinta, a visita ao Miradouro Penedo Durão torna-se imperativa! Aqui, as escarpas quase caiem a prumo sobre o Douro. À volta deste rochedo tudo é verde, harmonia e paz. O som dos pássaros e do vento, servem de banda sonora. Mais uma vez, a luz e o silêncio permitem retemperar energias. E de que maneira!

Por fim, a Congida, um refúgio para os pensamentos, e a visita à vila manuelina e aos seus principais marcos turísticos.  Confesso que bebi história e estórias. Barca d’Alva e a ponte Almirante Sarmento Rodrigues, a lenda do freixo...de espada à cinta, a Procissão dos Sete Passos, o Enterrro do Entrudo, o transporte das pipas de vinho de Freixo para Gaia, o Vale Meão e os seus segredos, os marcos geodésicos, a orografia dos terrenos...Apesar de solitária, Freixo de Espada à Cinta merece uma visita demorada!

Não obstante a morosa chegada a esta vila, está garantido o regresso: cheio de pó...mas de alma lavada!

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