No número 1 da Almirante Reis fica o Ramiro, para mim e provavelmente para muitos a marisqueira número 1 de Lisboa.

Aqui o marisco é servido exatamente como ele é: ao natural, cozido ou na chapa, sem recurso a grandes temperos para além do alho, para quem gosta de sentir o intenso sabor do mar, este é o sítio.

A sala é grande e funcional, a decoração anos 80 revela a sua identidade e acentua o seu carácter;  o serviço é rápido e eficiente, a cozinha é a vista.

Henrique Sá Pessoa comentou no programa No Reservations de Antony Bourdain em Lisboa (a não perder – vejam aqui), que o Ramiro não é um sítio para levar a namorada para jantar, eu acrescentaria, a nao ser que a tua namorada goste de conversar, rir às gargalhadas, divertir-se com amigos, e essencialmente de marisco e muitos finos. Não é para todos de facto, só para os que têm a sorte de ter ao seu lado pessoas maravilhosas, como eu tenho 

Mas o Ramiro não é efetivamente um lugar romântico, o som ambiente são pratos a bater, martelos, vozes, risos, gargalhadas, mas é um lugar com história e com histórias para contar. Por isso sozinho, a dois, três, quarto ou muitos amigos, o Ramiro é inesquecível para todos.

Para comer, todo o marisco é bom e fresquíssimo. Eu destaco, apenas por gosto pessoal, a santola, as gambas de monte gordo, os carabineiros, as amêijoas, os percebes. Para beber, finos, muitos.

Para a sobremesa, carne do lombo no pão, o prego fecha com chave de ouro uma refeição divinal.

Artigo publicado originalmente em: http://foradaminhacozinha.com