“Não é fadista quem quer, mas sim quem nasceu fadista!”, não é Gisela?

Ela: Sou movida por música e pela dança que me leva.

Eu: Ouço o grão da tua voz e fico contente. Sinto cada movimento que fazes e danço também.

Ela: Adoro a noite, adoro dançar. Muito nova descobri o “house” e depois o “techno”, entusiasmei-me com o Plastikman, o Carl Graig, o Jeff Miles, o François K., o Harvey, o Laurent Garnier..., eu que trago o fado nas veias!

Eu: Pronto, mereces cantar no Lux.

Ela: Só cantei lá uma canção (Os Vampiros de Zeca Afonso) com o Nicolas Jaar e fiquei arrepiada...

Eu (cortando): e arrepiaste umas centenas de almas boas, como depois arrepiaste uns milhares quando cantaste Os Vampiros com o Norberto Lobo na Praça de Espanha, na manifestação dos artistas. Desta vez tens um concerto inteiro só para ti...

Cortou Ela: Achas que vai correr bem?

“Só pode”, garanti-lhe eu e garanto-vos que a Gisela vai cantar fado como ninguém o canta. E talvez qualquer outra coisa estranhamente bela porque ela é pródiga em surpresas. (Um dia destes ouvi-a cantar muito bem Cole Porter no São Luís!) É nessa noite do solstício de Inverno que a voz de Gisela pode anunciar o Verão de que todos precisamos. No palco, luminosa estará ela. Na obscuridade, em baixo à direita, estarei eu. E vocês?

Texto de João Botelho com Gisela João, Dezembro de 2012

Bilhetes: Ticketline e Lux Fragil | € 10.00