O ciclo de conversas literárias "Chá de Folhas", que decorre mensalmente na Casa de Chá de Serralves desde Janeiro, despede-se este mês. Mas não sem antes nos convidar a uma viagem final através das palavras de autores como Vladimir Kaminer e José Luís Peixoto. As professoras Ana Paula Coutinho e Maria de Fátima Outeirinho orientam, dia 27, uma conversa sobre literatura de viagens.

Sábado, dia 27 de julho, entre as 15h30 e as 17h30, a Casa de Chá de Serralves recebe a última tertúlia literária do Ciclo "Chá de Folhas". O convite é para «Viajar, Perder Países» e quem lança o desafio são as professoras e investigadoras Ana Paula Coutinho e Maria de Fátima Outeirinho. 

Páginas de amor e de erotismo, textos de resistência, tragédias e comédias - muitos foram os temas que deram vida ao "Chá de Folhas", e mais ainda foram as personalidades – dramaturgos, poetas, professores, investigadores e ensaístas – que o dinamizaram.

A programação deste ciclo, que arrancou em Janeiro deste ano, é da responsabilidade de Joana Matos Frias, professora da Faculdade de Letras de Universidade do Porto. A entrada nas sessões é gratuita mas requer a aquisição de bilhete de acesso ao Parque de Serralves (€3,00), válido todo o dia. Requer também inscrição através do email casachaserralves@gmail.com.

ALARGAR HORIZONTES - LITERÁRIOS E NÃO SÓ

Viajar pelas páginas de um livro ou pelas ruas de uma aldeia, cidade ou país são dois momentos muito próximos. Nas palavras das responsáveis pela moderação da próxima conversa literária, «pela metáfora, pela tematização ou pela possibilidade de registo da experiência e da memória, literatura e viagem acompanham-se, permitindo declinações várias da deslocação: a viagem cultural, a viagem turística, o exílio, o desejo de deslocação sem sair do seu espaço».

Ana Paula Coutinho e Maria de Fátima Outeirinho lançam algumas pistas para a conversa sobre literatura de viagens que podemos esperar: «Que deslocações se encontram declinadas em excertos de Viagem a Tralala de Vladimir Kaminer ou de Dentro do Segredo de José Luís Peixoto? Quantas declinações da viagem existem? De que falamos quando falamos de literatura de viagens?» As duas investigadoras sabem que são «tantas as perguntas, quantas as respostas para quem gosta de viajar na literatura».

Para descansar do desassossego de tanta viagem interior, não faltará uma extensa variedade de infusões, tisanas, chás quentes e frios, que poderão ser acompanhados não só pela boa conversa mas também pelos scones e a pastelaria caseira da Casa de Chá.