Todos os anos por esta altura ficava frustradíssima porque planeava ir à Golegã e nunca conseguia. Este ano consegui juntar as condições quase ideais para ir: fim-de-semana livre, boa companhia e bom tempo (bem, pelo menos não chovia).
O caminho para lá foi uma pequena aventura, infelizmente já não saímos cedo, e com o percalço de termos passado pela saída certa (Abrantes, A23) e seguido em frente atrasou-nos mais. Depois de uma paragem em Fátima para almoçar rapidamente (eram 15h e já não aguentávamos esfomeados com apenas uns vestígios de pão do pequeno almoço no estômago) alcançámos o caminho certo. Ao chegarmos à Golegã o aparato denunciava onde toda a acção de desenrolava. Sem perguntar a ninguém decidimos estacionar no primeiro lugar que vimos e a pé seguimos a multidão. Passamos por vários autocarros turísticos, o cheiro a castanhas assadas e vestígios de cavalo era predominante, a confusão de pessoas que se acotovelavam nas estradas era cada vez maior à medida que nos aproximávamos da feira. Ali os cavalos dominavam o trânsito, quer de carros, quer de peões. Chegando ao recinto da feira, optámos por levantar dinheiro que por ali multibanco é mentira. Os dois lados da estrada foram invadidos por bancas que vendiam petiscos, bolos, doces, roupa e até cavalos de peluche! Por fim, depois de alguns atropelamentos suaves e cotoveladas chegámos onde as estrelas da feira estavam: os cavalos. O picadeiro era grande, e à sua volta estavam estábulos com cavalos para vender ou apenas para exposição. Confesso que alguns me fizeram pena, estavam realmente nervosos com a confusão de gente por ali. Ao vê-los ali à minha frente a vontade de lhes fazer festas foi imediata, mas tinha também algum receio, coisa que para as crianças dali era desconhecido. O truque é sintonizar com o cavalo e não ter medo, e consegui sintonizar com algumas daquelas estrelas do galope. A sensação é indescritível, e a vontade a seguir é de sair dali a galope num daqueles seres apaixonantes.
Para além do contacto com os cavalos outra das vertentes apaixonantes deste evento é a gastronomia e os vinhos. Os queijos, os enchidos, o pão e os doces típicos seduzem-nos por todos os lados e o difícil é mesmo escolher. Para aquecer há Abafadinho, Ginginha de Óbidos, e a não esquecer a presença dos vinhos fortes da zona do Douro, Ribatejo e Alentejo.
A noite caiu rapidamente e saímos de lá na altura certa. Começava a chover e nós de partida. Este evento tão português é uma tradição que deve perdurar para nos fazer recordar as nossas coisas boas e do que somos capazes. Bom bom, era Portugal abrir o olhos e ver que podia ter uma economia de subsistência e investir naquilo que de melhor tem: turismo, agropecuária e pesca.
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