TENDÊNCIAS: Dia de São Valentim...sem fracassar?

Ao longo das minhas quase quatro décadas de existência, anos nos quais a interacção com o sexo oposto não poderá, definitivamente, ser considerada como algo capaz de ser classificado como “um sucesso”, mas há nesta existência, particularmente em relação ao Dia de São Valentim, uma lição que, a muito custo e prejuízo pessoal, fui capaz de compreender e assimilar. Para nós, homens, este jogo das prendas e lembranças é algo que nos é impossível de vencer. As razões por detrás deste fracasso entre os membros do sexo masculino, no que toca a este particular, são tantas e de tal grandeza que o próprio Universo é pequeno para as conseguir albergar a todas. Passemos aos factos.

Imaginemos que a solução por nós encontrada passa pelo tradicional bouquet de flores. Ora só esta ideia, em si mesma, está condenado ao fracasso. Porquê? Desde logo, o tradicional bouquet de flores. O tradicional. Uma porta aberta para ser imediatamente alvejado com o olhar “não és capaz de ser nem um pouco original”. Imediatamente acompanhado pelo “nem um minuto gastas-te para pensar naquilo que me querias oferecer”. E se terminar por aqui … somos um homem feliz, porque isto poderia descambar de forma trágica. Imagine que as flores até nem são aquelas das quais ela mais gosta. Imagine ainda que o número de flores não são as consideradas o suficiente e acabamos chamados de forreta. Enfim, só aqui as hipóteses são inúmeras. Mais uma vez … o Universo não é grande o suficiente.

Deixemos as flores para trás. Optemos pela vistosa caixa de bombons. Talvez mesmo as duas opções conjugadas. Algo que até resulta tão bem nas mais diversas comédias românticas que a fazem aninhar-se junto a nós no sofá lá em casa ou a aproximar-se um pouco mais numa qualquer sala de cinema. Mas tal como aqueles fantásticos saltos de árvore em árvore do vampiro na saga Twilight, não resultam na vida real. O gesso no meu braço e perna são prova disso mesmo. Mas regressando aos bombons e às razões para os evitar, lembremo-nos que o facto de serem encarados como um “clássico” pode ser motivo o suficiente para nos acusarem de falta de empenho e gritante ausência de originalidade.

Mais uma vez … o Universo não é grande o suficiente.

Suponhamos que a opção passa por um livro. Uma prenda que provará ser desnecessária. Não só o livro nunca será aberto primeiro porque, dizem as estatísticas, já ninguém lê livros e depois já nem há tempo para o fazer. O mais certo, mesmo que acertemos no autor favorito da nossa cara-metade, é que sejamos alvo do olhar “deves achar que sou uma desocupada sem saber o que fazer com a enormidade de tempo livre que achas que tenho”.

Mais uma vez … o Universo não é grande o suficiente.

Posto isto, resolvemos oferecer música. Um CD. Tomados pelo sentimento e amor que paira no ar, investiríamos numa segura aposta romântica. Algo que reflicta o espírito do Dia dos Namorados. Má escolha. Má escolha caso, entenda como o autor destas linhas como tortura passar as semanas seguintes ao dia 15 de Fevereiro, a ouvir intermináveis horas de James Blunt, Enrique Iglesias, Celine Dion e outros do género.

Optemos por um perfume. Talvez não. Arriscaremos estar a dizer à nossa cara-metade que a sua higiene não é a melhor e precisa de disfarçar com um agradável aroma o odor da ausência de sabão.

Um caríssimo kit de maquilhagem. Nada disso … - “Achas-me assim tão feia que me preciso de esconder por detrás de bases, rímel, batom e afins?!?”.

Mais uma vez … o Universo não é grande o suficiente.

Lingerie. Obviamente que não … seu pervertido.

Mais uma vez … o Universo não é grande o suficiente.

Um fim-de-semana romântico como sugere a nossa colega aqui do My Guide, Ana Raquel Freire Barreiros, na Quinta do Rio Alcaide. Resposta … “o melhor seria mesmo Veneza”, como diz Erica Duarte. E acreditem meus caros amigos que, chegados a Veneza, acabaria por surgir o inevitável primeiro comentário de quem visita a cidade. “Que cheiro nauseabundo é este?”. Seguido de um, “devíamos ter ficado na Quinta do Rio Alcaide!”.

E que tal um romântico jantar à beira rio? Nem acredito que tal me passou pela cabeça! É óbvio que o jantar no Dia de São Valentim é obrigatório. E isso nem sequer pode ser considerado uma prenda. É mais como que … um hábito.

 

Bem … poderia estar aqui a enumerar mais um milhão de diferentes soluções para comemorar o Dia dos Namorados mas, admitamos meus caros e nobres senhores, nunca nada seria “bullet proof”, entendem? É por estas e por outras que, este ano, a minha sugestão passa pela personalização das nossas prendas. Personalizar na verdadeira acepção da palavra. Nú e de laço na cabeça.

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Comentário de Patrícia de Carvalho Ferreira em 15 Fevereiro 2011 às 16:50

É verdade, Fernando, somos mesmo complicadas... mas algumas de nós nem tanto!

Parabéns pelo artigo, que me fez recordar um site que "espreito" (indevidamente, pelos vistos) de vez em quando - paicoruja.eu - e em especial este artigo.

Comentário de Luis Marques Cotonete em 15 Fevereiro 2011 às 16:05

Não sei bem o que pensar disto!

Que as mulheres são demasiado sensíveis...tudo bem;

Que por vezes desesperamos pela incompreensão do momento...é verdade,

Que quanto mais atenciosos somos, mais atenção querem...é uma realidade

Que quando dizemos sim, queriam ouvir um não e quando dizemos não, queriam ouvir um sim.

Que, mesmo que estejamos de acordo, não param de falar do assunto.

Alguém entende isto? Eu não e o mais absurdo é que continuo à volta delas

 

 

Comentário de Bruno Miguel Jesus Dias em 14 Fevereiro 2011 às 22:29
5 * Os meus parabéns!
Comentário de Marina Soares em 14 Fevereiro 2011 às 18:15

De sorriso nos lábios, pois claro!

E para provar isso mesmo junto mais achas à fogueira com esta muito apropriada história que se passou comigo e com o meu irmãozinho, andava ele às voltas a sua primeira paixão adolescente. Cheio de vergonha de ir à loja dos corações vermelhos, passou-me os trocos para a mão e incumbiu-me a mim de lhe comprar um urso de peluche. Eu berrei que me fartei com ele, que ursos de peluche eram do mais piroso que havia e lá o convenci a ofertar antes uma rosa vermelha à mais que tudo. Ai de mim!!! Mal o viu de flor na mão, a miúda ficou fora de si, que não podia aparecer em casa com uma rosa vermelha, porque nessas idades o amor é um segredo que se quer bem guardado, e depois de muito estrebuchar, lamentou-se: "Porque é que não me deste antes um ursinho?!"

Rosa no lixo e o meu irmão a pensar: "Mulheres..."

:)

Comentário de Fernando Emmes em 14 Fevereiro 2011 às 17:28

Caros(as) colegas do My Guide,

Obrigado pelos comentários mas devo fazer os seguintes reparos. Desde logo permitam-me pedir-vos que não interpretem mal o texto aqui publicado. Não se trata de ser contra as mulheres ou tão pouco ter como objectivo deixar alguém mal visto. Nada disso. Trata-se sim do reconhecer uma fraqueza masculina, se assim o quiserem. A verdade é que não são as mulheres demasiado complicadas mas sim nós homens é que não compreendemos a vossa língua. Conseguimos aprender inglês, francês, italiano, alemão ou mesmo mandarim e cantonês, agora o "mulherês" é-nos impossível de aprender. Há tentativas documentadas mas não há registo de qualquer caso de sucesso. Também não se trata do facto de apenas conhecer mulheres complicadas, antes pelo contrário. Mas em rigor, e todos conhecemos vários casos, a esmagadora maioria dos esforços masculinos no que toca a esta matéria não são mais do que sublimes “receitas para o fracasso.” Outro ponto que me perturba é o facto de ser esta uma discussão inquinada. Falamos sempre acerca do que oferecer a ela e nunca do que oferecer a ele. Não me parece justo. Quanto à personalização das prendas, faço descansar os mais preocupados dizendo que não é minha intensão bater à porta de ninguém envergando apenas e só um laço na cabeça. A terminar chamo à atenção para ser este o primeiro, e até agora único, comentário masculino. Silêncio revelador da concordância dos meus pares quanto à inevitabilidade do fracasso masculino.

Agora num registo mais sério, espero que todos encarem o texto e estas linhas com um sorriso nos lábios porque essa é a intensão e objectivo do mesmo. Correndo o risco de ser acusado de querer remediar uma possível imagem machista deixada com tudo isto, quero desejar um excelente Dia de São Valentim, e dizer que todas as mulheres são merecedoras do meu mais profundo respeito e consideração. Queriam desculpar qualquer atitude ou comentário menos correcto mas compreendam … somos apenas Homens.</</body>

Comentário de Maria Costa Domingues em 14 Fevereiro 2011 às 15:13

Não há dúvida que somos complicadas, exigentes e outras coisas mais... mas assim tão insatisfeitas?

Que tal um simples passeio à beira mar? Num dia chuvoso até que é bem romãntico, não?

Comentário de Marina Soares em 14 Fevereiro 2011 às 14:38
Ó Fernando, que namoradas tão esquisitinhas! Gostei muito do artigo mas, aqui entre nós, deixa as mulheres um pouco mal vistas. Para mim pode ser um livro e um jantar e...  esquece lá o laço na cabeça! ;P
Comentário de Inês Sousa Almeida em 14 Fevereiro 2011 às 12:16
Bem, eu gostava que o meu namorado lesse isto. Porque são, de facto, boas ideias para o dia de hoje. Flores, chocolates, cd ou livro seriam todos muito bem recebidos.
E sim, as mulheres são muito complicadas mas se calhar o Fernando tem andado com as mais complicadas de todas.
Sugestão: porque não perguntar à namorada o que gostava de ter? É a falar que as coisas se resolvem e evita-se chatices.
Comentário de Cristina Brissos em 14 Fevereiro 2011 às 11:47

Parti-me a rir!... Agora a sério. O que se passa connosco, homens e mulheres?

Feliz dia, Fernando!

Comentário de Erica Duarte em 14 Fevereiro 2011 às 11:22

Adorei! Criativo, engraçado e... Realista! :)

Agradeço também a "publicidade" ao meu artigo :P hehe

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