Quando fui ver pela 1ªvez ,o filme da cineasta Sofia Coppola ,Lost in translation, não calculava que ia ver o que se tornaria no meu filme preferido.

Da realizadora pouco ou quase nada conhecia.Sabia que era prima de um dos meus actores favoritos, Nicolas Cage e filha de um grande realizador Francis Ford Coppola .

Desde esse dia ,foi crescente o meu interesse pelo Japão,em querer conhecer Toquio ,acredito que  lost in translation o filme tenha influenciado muitas pessoas a um destino de uma viagem até ali completamente indiferente.

Passados uns meses lá consegui realizar o meu sonho.Fui passar 2 semanas ao Japão.Tokio.Kioto.Nara entre outros locais.

No Japão conheci uma cultura muito diferente da europeia,onde os velhos são os alicerces da juventude.Têm experiencia e são respeitados por isso.Aprendi que cada segundo pode fazer a diferença pois a alma está em 1º lugar e  naqueles jardins ,nos templos budistas ou no silencio do Monte Fuji se podia partilhar coisas fantásticas.

A lingua ,por tão diferente ,fez-me sentir realmente em ferias.Não os percebia de todo mas os olhares eram de gente seria com alma.Uma guia japonesa que falava inglês em 2 ou 3 frases definiu como ver a vida.Aprendi nesse dia uma preciosa lição.

Toquio fervilhava : Luzes,Cor ,Vida.Tecnologia.Multidão.

Pequenos sismos assustavam-me diariamente...Um povo que já teve tantas intemperies aquelas "termuras" eram peanuts para eles mas para mim quase uma provinciana do mundo,ficava cheia de medo.

Vi de tudo...Estações de comboios com milhares de pessoas que se atropelam respeitosamente, aeroportos dentro de água,Fui conhecer o edificio SONY onde até os cachoros ladram e dão beijinhos mas são tão somente robots afectivos,Edificios com centenas de restaurantes seguidos,onde a imensidão dos sushis  nada têm a ver com estes pseudo japoneses europeus (que são tão japoneses como eu mas sim de Pequim na China).Os menus em LCDs com pedidos directos á cozinha e que originou uma conta  brutal pois eu clicava mas não sabia que estava a encomendar os pratos.E até vi "bambis" a morderem-me e a anularem a imagem que tinha deles de serem uns queridos orfãos.

No Japão percebi que a Amizade não precisa de Tradução .... e a Vida tambem não .

Um filme como um livro  pode e deve mudar-nos.