VIAGENS (lá fora): Tradição, paixões e chocolates

Poderá não ser o destino de eleição para passar férias.  

No entanto, há destinos que simplesmente nos seduzem, mesmo sem nunca os termos visitado. Na altura, muita gente questionou. Porquê Bruxelas? Porque não outra cidade?

Na realidade, não tenho uma resposta concreta. Havia algo que me impulsionava e me fazia acreditar que este era um local especial.

Resumo: apaixonei-me por Bruxelas.

 

 

Aqui, o cinza domina, mas quem diz que o cinza não pode ser bonito está muito enganado. É mágico ver o Sol lutar contra a mancha de nuvens que protege Bruxelas. Trata-se de apreciar os pequenos pormenores.

Logo, a chegada tornou-se uma surpresa. Estamos em finais de Novembro, mas nunca pensara que os preparativos natalícios já estivessem mais do que preparados.

As luzes abrilhantam o entardecer. Árvores, prédios, jardins. Tudo está decorado, mas a grande surpresa ainda está por chegar.

 

Um dos sítios que mais curiosidade desperta é a Grand Place. Esta é uma praça localizada no centro da cidade. Imponente. Majestosa. Notável herança do passado gótico e renascentista, esta praça foi adquirindo ao longo dos tempos uma importância extrema sendo conotada como um verdadeiro monumento ao valor dos comerciantes e artesãos.

Foi outrora o centro administrativo e económico da cidade e aqui se realizavam cortejos, feiras, proclamações e até mesmo execuções públicas.

 

Apanhar uma das ruas mais estreitas e entrar nesta praça é sentir um passado inteiro e inigualável à espreita. É um perder de fôlego.

Com as festividades, esta tornou-se ainda mais especial. Há um presépio gigantesco com animais e um pinheiro enorme. Simples, mas imponente como a Grand Place.

As pessoas entram e saem às dezenas. Falam. Gritam. Riem. Há um sentido de euforia no ar e um misto de sensações levado ao extremo por tudo o que aqui acontece, enquanto jogos de luzes percorrem as fachadas dos edifícios gigantescos e a música natalícia encanta a atmosfera.

Para quem gosta de calcorrear, o ideal é chegar até à Grand Place e a partir daqui seguir a pé. É a melhor forma de visitar outros símbolos que tanto a caracterizam.

 

Um dos quais é o Manneken-Pis. Muito se fala e comenta esta obra. Tanto que a maior parte dos turistas vai com uma ideia ligeiramente mais pequena. Perdão... Errada!

Trata-se da estátua de bronze de um menino famoso que ali está a urinar e que, como todos os meninos está bastante à vontade e com um ar descarado.

Ao contrário de outros símbolos de Bruxelas, este não é imponente, mas acaba por se tornar engraçado notar todo o alarido que existe em sua volta e aproveitar para vê-lo com as diferentes vestimentas. Por exemplo, no dia 1 de Dezembro, Dia Mundial da Sida, é possível vê-lo decorado com preservativos. Mas  existem mais de 300 indumentárias para esta estátua, sendo que é possível vê-las na Maison du Roi, um edifício medieval que se encontra na Grand Place.

O menino tem também dois fatos portugueses tradicionais, um deles de forcado.

 

Outro símbolo é a estátua de Everard’t Serclaes. Encontra-se também numa das ruas que dá acesso à Grand Place e diz-se que dá sorte tocar nos membros da estátua. Por isso, é ver turistas a esfregarem as mãos em toda a estátua. Possivelmente com a esperança de que a sorte assuma em doses maiores.

Gostam de Chocolates?

Eu simplesmente adoro chocolates! Chocolates, biscoitos, gomas, doces, waffles. Por todas as ruas de Bruxelas se podem encontrar lojas, quiosques ou até carrinhas a vender estas pequenas tentações.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sente-se o aroma no ar e é impossível resistir! Paragem para um waffle quentinho antes de continuar o passeio e para ajudar a esquecer o frio.

 

 

Pormenor: em todas as lojas de doces em que se entra nesta cidade são-nos oferecidos bombons ou biscoitos e é quase encarado como mau tom não aceitar!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma das minhas paixões é a banda desenhada, por isso um sítio de passagem obrigatória é o Centre Belge de la Bande Dessinée.

Não é um sítio a visitar apenas para os aficionados de BD. Aqui podem rever personagens animadas das nossas infâncias e que se imortalizaram. Temos o Tintin, Lucky Luke e os Smurfs, entre outros.

 

 

Podemos conhecer a história destas personagens e ver o processo de criação, bem como ver todos os passos que estão na origem de um livro de BD.

Para além de retrocedermos alguns anos, levamos uma bela bagagem cultural e algumas horas bem passadas.

Voltamos ao centro da cidade e podemos aproveitar para fazer umas comprinhas ou simplesmente pasmar com as  Galeries Royales de Saint-Hubert. Foram construídas em 1847 e são de uma beleza desmedida. São consideradas uma das mais sumptuosas da Europa

Em seguida, que tal uma refeição típica antes de partir para outro grande símbolo de Bruxelas – Atomium.

 

 

No Chez Patrick, também localizado no centro da cidade, podem degustar refeições típicas a um bom preço e com um atendimento impecável. O Fondue de Queijo e a Omolete de Bacon são dois pratos muitíssimo saborosos, que certamente vão agradar a quem gosta de comidas típicas.

Já agora aproveitem e peçam também uma cerveja. Aqui existe uma variedade inifinita de cervejas, o que vos vai animar antes de partirem para o Atomium, que fica nos arredores.

 

 

Este monumento é um modelo gigante de uma molécula de metal, que foi construído para a Exposição Universal da Bélgica, em 1958.

A vista do seu topo é arrasadora. E conhecer aos poucos esta molécula com calma e apreciar as exposições que aqui vão sendo albergadas vão enriquecer ainda mais esta viagem.

Quando terminarem conheçam os jardins em redor e aproveitem para lanchar por aqui.

 

Estes são alguns dos pontos essenciais e interessantes para quem visita Bruxelas, mas a essência sedutora da cidade não reside apenas neles. Reside no ambiente em si. Nas fachadas douradas dos prédios em bloco que delimitam as ruas. Nos tons cinza que tornam ainda mais especiais as outras cores. Na cultura dos cidadãos, que enfeitam todos os dias, sem excepção, as ruas até à meia noite, no mínimo, e que são extremamente educados e têm um forte sentido de civismo. Nas batatas fritas com variadíssimos molhos que se vendem nas ruas e se comem em cones. Nos chocolates e doces que transformam o ar.

 

Nos murais espalhados por toda a cidade com pinturas de Tintin e seus amigos, não fosse esta a capital da Banda Desenhada.

 

E nas feiras que se podiam, por esta altura, encontrar nas grandes praças e que têm dezenas de barraquinhas, onde se pode comer pratos típicos e beber um Vin Chaud (também conhecido como vinho quente), fazer patinagem no gelo, ou simplesmente aproveitar o clima e conversar com quem aqui está a passar um bom bocado.

Mas as tradições e festividades foram para mim apenas um bónus, porque a verdadeira essência de Bruxelas já lá estava e foi por esse essência que me apaixonei. E é por essa essência que Bruxelas é mais do que uma paixão. É um Destino com regresso  anunciado.

 

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Comentário de Rosana Pereira em 17 Maio 2011 às 17:18

Excelente artigo! Depois de o ler questiono me: Bruxelas?? Porque não!?

 

Comentário de Natacha Costa em 15 Maio 2011 às 13:11

Essas waffles têm mesmo bom aspecto! Na cidade deve sentir-se muits vezes esse cheirinho a chocolate e a waffles... Adorei o artigo, é realmente uma cidade a visitar =)

Comentário de Filipe Alves em 12 Maio 2011 às 1:36
Olá Ana! É verdade... Por vezes colocamos demasiada ênfase no que está mais longe, por serem mais originais ou opostos àquilo que conhecemos, e descuramos aquilo que de nós está mais próximo ou que não é tão "relevante" para os outros, quando podemos ser surpreendidos mesmo ao virar da esquina. É uma pena, mas as coisas mudam! :)
Comentário de Ana Tomasi em 11 Maio 2011 às 18:04
Boa sugestão, Filipe. Cada vez mais acho que não temos que ir para o outro lado do mundo para sermos surpreendidos.
Comentário de Filipe Alves em 10 Maio 2011 às 23:52
Ehehe! Ainda bem Joana! Era mesmo esse o meu objectivo. Às vezes devemos arriscar e partir ao desconhecido. É assim que nos surpreendemos pela positiva! :D
Comentário de Joana Sá Pinto em 10 Maio 2011 às 10:51
E não é que fiquei com vontade de visitar Bruxelas, Filipe?!

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