No interior de Espanha, a alguns quilómetros a oeste de Madrid...nada fazia prever o percurso místico que iríamos encontrar...já meio perdidos na nossa procura pelo berço do Tejo.

Além dos encantos já confirmados do esplendor medieval de Cuenca e das muralhas avermelhadas de Albarracín...existem segredos bem guardados nesta  região  de “nuestros hermanos”...

Ainda na província de Cuenca, junto às águas do chamado   “Pântano de Buendía”, a  Ruta de las Caras é, sem dúvida, surpreendente, não apenas pelo conteúdo e forma mas também por surgir de forma tão inusitada por entre um caminho improvisado no meio da Natureza.  De acesso livre e gratuito... cada passo nesta caminhada misteriosa é ao encontro de um novo rosto vigilante. Sim, rosto. Grande, imponente, intimidante. Temos a sensação clara de que qualquer infracção às regras mudas do pinhal são severamente punidas por uma voz rouca e grave destas figuras de pedra com ar solene.

Por vezes não damos por elas. Estão fora do caminho de terra batida...envoltas em arbustos, disfarçadas entre árvores, fora da direcção do nosso olhar mais imediato, mais óbvio.

Mas tudo isso só torna este passeio ainda mais intrigante. Avançamos devagar porque não queremos perder a oportunidade de conhecê-las todas. Cada uma parece guardar uma história do passado ou uma lembrança de paragens longínquas, de outras raças ou credos.

Com alturas que variam entre 1 a 3 metros e esculpidas na pedra arenosa da região, estas esculturas arduamente elaboradas por artistas locais, impôem-se à paisagem. É necessário pelo menos 1 hora de caminhada para conseguirmos ver as 18 Caras que convivem harmoniosamente com a fauna e flora da região, cada uma delas com um significado, um sentido sobre o Homem, o Universo, a Vida.

Quando chegamos junto à água...encontramos De Muerte. Mas ao contrário do que podíamos pensar...não é sombrio, macabro ou assustador como a imagem pode sugerir. Não se ouve nem vê ninguém, apenas a brisa provoca um tremor nas águas paradas do pântano. Sentimo-nos em paz neste silêncio . Diferente das suas “colegas” que se refugiam no arvoredo, De Muerte olha de frente para o nascer do Sol e está a descoberto para quem a quiser ver. Tem lugar de destaque  neste ciclo intrínseco à Natureza. Algo morre para que  possa renascer.

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Comentário de Sonia Cabral em 3 Junho 2011 às 11:10

até já fui investigar melhor: http://www.rutadelascaras.com/

:-)

Comentário de Sonia Cabral em 3 Junho 2011 às 11:09
Fantástico, Milene! Não conhecia!

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