Se há coisa a que não conseguimos fugir é às nossas raízes. Só assim se explica que este rapazinho nascido e criado na Amadora se sinta tão em casa quando atravessa o rio Douro. É no Minho que começa a minha história e dos meus familiares e talvez seja por isso que de tempos a tempos sempre regresso para (re)visitar as origens. Guardo sempre na memória a imagem das águas cristalinas, dos verdes montes, e daquela paz que só era interrompida pelo regresso dos emigrantes.

Este ano foi altura de regressar, e desta vez para visitar esse tesouro tão português que é o Gerês.

Era Verão, mas nem se notava, partimos de Lisboa já o sol ia alto, (levantar cedo custa em tempo de férias) mas a manhã estava fresca o que tornou a viagem bem mais agradável. Quase sem dar por isso já estávamos em Terras do Bouro, mais precisamente na Albufeira da Caniçada.

E que maravilha nos esperava!
Demos entrada na simpática residencial "Casa Beira Rio" onde nos receberam de braços abertos como se de família se tratasse.

Subimos até aos quartos e apenas tivemos tempo de pousar as malas e abrir a janela do quarto para nos apercebemos do grave erro que cometêramos...

Motas de água, passeios de barco, Jet Ski, ou para os mais temerários, gaivotas. A oferta era tal que dúvidas não nos restaram...

 " TRÊS DIAS NÃO VÃO CHEGAR!!! "

DIA 1 - Cascata do Arado e Miradouro da Pedra Bela

Fresquinhos como uma alface e completamente recuperados da viagem, lá fomos nós à procura da Cascata do Arado e do Miradouro da Pedra Bela.

Ao fim de 15 minutos de carro, encostámos o bolinhas e seguimos a pé pela estrada de terra batida. A paisagem e o cheiro a natureza não enganavam: estávamos no Gerês.

Pelo caminho, ainda houve tempo para matar a sede numa fonte de água bem fresca.

E assim, num ápice, chegámos à Cascata do Arado (41°43'25"N   8°7'48"W), mas o calor do Verão trocou-me as voltas e as cascatas impressionantes estavam reduzidas a um chuveirinho. Ainda assim valeu bem a pena o passeio.

Para quem tiver mais tempo, um bom mapa e boas pernas, há ainda mais algumas surpresas para além destes montes, mas o caminho não é dos mais fáceis.

Era altura de dizer adeus ao temporariamente "adormecido" rio Arado. Seguia-se o miradouro da Pedra Bela.

A placa à saída do Arado não deixava margem para dúvidas, 5 minutos de viagem e chegámos à Pedra Bela (41°42'55"N   8°9'10"W) com algumas surpresas pelo caminho.

Depois de umas mimosas se cruzarem no nosso caminho, chegámos ao topo da serra onde encontrámos uma placa, já desgastada pelos anos e onde as palavras de Miguel Torga criam uma certa mística no local.

Serra!

E qualquer coisa dentro de mim se aclama...
Qualquer coisa profunda e dolorida,
Traída,
Feita de terra
E alma.

Uma paz de falcão na sua altura
A medir as fronteiras:
- sob a garra dos pés a fraga dura,
e o bico a picar estrelas verdadeiras...

in "Pátria"

Mesmo ao lado, a tabuleta recorda-nos a razão de ali estarmos. Para chegar ao miradouro basta saltar umas pedrinhas e atravessar uma passagem estreita, e podemos então contemplar do alto dos seus 834 metros a fabulosa paisagem que aqui merece honras de destaque. 

Foi o ponto alto do dia. 

Utilidades:

CASA BEIRA RIO

Morada: Alqueirão 4845-062 Vilar da Veiga
Telefone: 253 391 197
Email: geral.cbr@gmail.com
Website: http://www.casabeirario.com/
Preços:
Época alta - Quarto casal 40€/noite (com pequeno almoço)
Época média -  Quarto casal 35€/noite (com pequeno almoço)

 

Serviços:
- 14 quartos com WC privativo, TV e aquecimento
- Bar de apoio aos quartos
- Sala de jogos com mesa de bilhar
- Esplanada panorâmica com vista para a barragem
- Acesso à praia Fluvial
- Parque