Inauguração 3 de Março, pelas 19h00

Esta Exposição monográfica de peças em cerâmica propõe-nos uma viagem ao fantástico mundo vegetal criado por António Vasconcelos Lapa. Da semente à árvore, passando pela flor e pelo fruto, toda uma botânica reinventada, germinou em brilho e cor. O artista, ainda, conferiu o prazer da textura às formas que uma vez tocadas produzem sons singulares (quase) irrepetíveis.

A “natureza” das massas densas ou finas, côncavas ou pontiagudas, preenchem o espaço a explorar e, conforme sublinhou o artista Eduardo Nery, algumas delas foram concebidas por forma a poderem ser retirados alguns dos elementos soltos, permitindo ao seu fruidor a sua recolocação por uma outra ordem, segundo a sua fantasia e o seu desejo de alteração e de experimentação. Assim, está em permanente (des)construção lúdica um cenário raramente habitado por répteis, estranhos à zoologia bordaliana, que se chegam a confundir com a flora.

Em Vicente, Vi Sente, Semente, escreveu Carolina Lapa, existe uma espécie de biologia sensorial onde podemos imaginar o que aconteceu e o que pode vir a acontecer, o porvir das peças, algumas de encaixe, que nos convidam a jogar um jogo improvável.

Acompanha a mais recente produção do artista, cadernos de estudos, sementes, vagens, materiais e ferramentas do trabalho, cujo processo é mostrado num filme expressamente realizado (Vítor Milhanas), para esta exposição.
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António Vasconcelos Lapa (Lisboa, 1945 - ), vive e trabalha em Lisboa. Fez o Curso de Escultura Decorativa, na Escola António Arroio, e o Curso de Cerâmica no Instituto Satatale d’Arte per la Cerâmica, em Faenza (Itália), enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.