O Ano surge como personagem principal:1936, o ano da morte de Ricardo Reis. O ano em que também se comemoraram os 10 anos do golpe militar de 28 de Maio de 1926 (iniciando o fascismo), em que a polícia política se especializa com o apoio da Gestapo, em que se fundam a Mocidade Portuguesa, a Legião Portuguesa e o campo de concentração do Tarrafal. Ano em que Mussolini invadiu a Etiópia com o silêncio cúmplice das casas Reais Europeias, ou que Hitler intensificou o ataque aos judeus e que se deu o começo da guerra civil de Espanha. Um ano repleto de medos…

Nos tempos de hoje, de frágil memória, menoridade cívica e ética, fundamentalismos, militarismos, imperialismo financeiro gerando miséria e horror Universais, renascendo a tenebrosa ideia nazi-fascista, aqui está uma obra que demonstra que as convulsões sociais nunca passaram a “coisa” datada e de dispensável interesse arqueológico.

Este romance convida a uma reflexão dramatúrgica. Começa pela invenção do encontro entre Fernando Pessoa já falecido e o heterónimo Ricardo Reis, com casos reais de sexo e paixão,  num ambiente surdo, falso e pesado, falando com humor da relação criador / “obra / figura/personagem”.

Uma adaptação da obra de José Saramago para o teatro, por Hélder Mateus da Costa, que resulta do sucesso da adaptação de Clarabóia também do mesmo autor. Em tom de noticia, está já agendado para outubro , A Incrível e Triste História de Cândida Eréndira e da Sua Avó Desalmada, de Gabriel García Márquez, neste mesmo espaço protagonizada pela Maria do Céu Guerra. 

De: José Saramago 

Encenação de : Hélder Mateus da Costa

Por: A Barraca

Preços: 14€ (10€ - Estudantes, Profissionais de Teatro, menores de 25 e maiores de 65 anos, Reformados e Grupos (+ 15 pessoas))
Quinta-feira – 7,50€ (preço único)

Horário: 

Quinta a sábado às 21h30
Domingo às 17h00