De 1 a 30 de Junho-  de 5ª a 2ª

SALA 1 – Verde Tinto ou os infortúnios da virtude

Horário das sessões: 19h00 | 19h30 | 20h00 | 20h30 | 21h00

quinta a segunda | M/12 | 3€

Encenação: Henreles Henrique  

Interpretação: Joana Freches Duque e Duarte Amaral Soares

Videasta: Rita Caldeira

Conceito: Colectivo Negativo

Figurinos e Cenografia: Ana Bandeira, Henreles Henrique

Design: Ana Fernandes

Produção Executiva: Ana Bandeira

Sinopse:

Espectros alojados na íris contemplam a dilatação do tempo. A palavra não é dita pois não pode ser escutada. Dizem que a carne foi rasgada pelo tempo e que a História a dividiu. Dizem que o peito arrebitado murchou e que a terra, outrora fertilizada pelo sémen, tinge-se agora com o sangue daqueles que tombam.

Nos mares, os torpedos orgiásticos fazem tiritar as pedras com que se escreve e reescreve um monólogo sobre este não-silêncio, uma expressão do abysmo desta espera poética e crua em tons de dourado e preto.

Por quem dobram os sinos enquanto atravessamos o arco do triunfo? De que servem as asas quando a Vitória perdeu a cabeça e os braços? Para mim, a Guerra finalmente fez sentido - ela nasceu para separar os amantes, torná-los castos.

Aquela que é a nossa causa não é pública mas profundamente privada, tal como este espaço em que valemos mais do que o atributo que nos simboliza. Neste quarto de uma hora que nos resta, tento agarrar da humanidade que se esvai esse lugar mais distante que a própria memória, o lugar do que ficou por acontecer.

No jazigo cravo o nome do general e cubro de flores o seu cavalo, mas é no jardim, debaixo do céu, que o apetite por entre as respirações consuma o milagre da dignidade humana.