Anualmente, em Setembro, o Douro celebra o ritual das colheitas ou Vindimas.
Nos últimos anos tenho conseguido visitar o Douro e alguns outros locais onde a vinha , as suas encostas e as artes que envolvem a vindima e nela participar por prazer e dando prazer ao meu olhar, com registos fotográficos.
Visitar o Douro nas vindimas é conhecer por dentro a alma do povo duriense. Nesta época do ano o Douro fervilha de actividade e no ar sente-se o aroma da uva, como que reclamando participar num dos melhores vinhos de mesa do mundo - o vinho do Douro - e no inigualável e dos mais apreciados néctares mundiais - o Vinho do Porto.
"...e soom os mais excelentes vinhos, e de mais dura, que no Regno se podem achar, e mais cheirantes, porque há vinhos de quatro, sinco, e sete annos, e de quantos mais annos he, tanto mais excelente, e mais cheirozo, e há hi alguns amarais ainda, que pouco d'arvores, que pode ser a decima parte do outro; e a mor parte dos vinhos de todo este compasso se carregão pello Douro em barcas para o Porto, e para Entre Douro, e Minho"
(Rui Fernandes in "Descrição do terreno em redor de Lamego duas léguas" - 1531-1532)
Elaborado com algumas das castas consideradas como das melhores - Touriga Nacional (a grande uva, de mais classe e prestígio), Barrocão, Touriga Francesa, Tinta Roriz (chamada de Tempranillo em Espanha), Tinta Barroca, Tinto Cão, Malvasia Preta e Mourisca -, este vinho a quem já chamaram "endeusado" é fruto do árduo trabalho de muitos durienses que, de cesto ás costas, peregrinam por entre os socalcos das majestosas encostas vinhateiras.
Para aliviar a violência deste trabalho quase desumano, contratavam-se ano após ano "rogas", ranchos de homens e de mulheres que animavam com os seus cantares a faina das vindimas. Nas encostas ouviam-se então o som dos bombos, dos ferrinhos, das braguesas e das concertinas. A concertina durante todo o dia encabeçava os cortejos dos homens que em longas filas carregavam aos ombros os cestos a transbordar de preciosos e reluzentes bagos. Dizia-se então que a concertina tinha o dom de aliviar a dor e de animar os trabalhadores.
Mas este vinho a quem já chamaram "endeusado" é fruto de um árduo trabalho, executado pela arte e força de muitos braços de homens do Douro, que com cesto às costas peregrinam por entre os socalcos das majestosas encostas vinhateiras.
Para aliviar a violência deste trabalho quase desumano, eram contratadas anualmente as "rogas", ranchos de homens e de mulheres, que animavam com os seus cantares a faina das vindimas. Nas encostas ouvia-se então o som dos bombos, dos ferrinhos, das braguesas e das concertinas. A concertina era o instrumento que geralmente encabeçava o cortejo dos homens que em longas filas carregavam aos ombros os cestos a transbordar de preciosos e reluzentes bagos.
Muitos desses rituais ainda se podem hoje vêr, participar e tirar partido desses lugares mágicos que envolvem o Douro.
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