Com o título Gil J Wolman. Sou imortal e estou vivo, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves dedica uma importante exposição a um dos artistas mais livres, enigmáticos e discretos da segunda metade do século passado.

Wolman foi um membro importante do letrismo, movimento artístico e intelectual criado em meados da década de 1940 pelo artista romeno-parisiense Isidore Isou, que se baseava nos movimentos futurista e dada do início do século XX. Sustentava que as expressões máximas de todas as linguagens artísticas já tinham sido alcançadas, o que levava à necessidade de voltar ao princípio, desconstruir as linguagens artísticas, através do regresso às letras.

A grande quantidade e a elevada qualidade do total de 250 obras, documentos e publicações que constituem a exposição fazem dela uma espécie de enciclopédia do letrismo. A mostra, que agora inaugura, e que esteve anteriormente em Barcelona, no MACBA, reúne as peças mais importantes de Wolman, algumas exibidas pela primeira vez. Particularmente interessante é “L’Anticoncept”, o filme que Wolman concebeu para ser projectado num balão meteorológico e que, por motivos incompreensíveis, foi proibido pela censura.

Museu de Arte Contemporânea de Serralves
29 Jan a 26 Abr, Ter a Sex, 10h-17h; Sáb, Dom e Fer, 10h-19h
Preços: 7€. Gratuito aos domingos até às 14h30