A 7 de Março de 1975 saía o primeiro número de “O COISO”, o “semanário de maior penetração do país”.
A ideia partiu de um grupo de pessoas que se entendiam já há algum tempo: o Álvaro Belo Marques, o Ruy Lemos, o Mário-Henrique Leiria, o Carlos Barradas, e eu próprio, (Artur Couto e Santos)
“O COISO” nasceu dependente do diário “A República”, custava 5 escudos cada exemplar e, na sua “declaração de princípios”, dizia: “que as pessoas, já de si chatas, estão agora muito chatas, e levam-se cada vez mais a sério”.
Estávamos em pleno “PREC”, (Período Revolucionário Em Curso), toda a gente era revolucionária e o riso poderia ser considerado uma cedência à reacção.
Embora, finalmente, tivesse terminado a censura, graças ao “glorioso 25”, havia coisas de que não se falava por pudor revolucionário”.*(texto de Artur Couto e Santos)
Este espectáculo é sem pudores.
Reúne textos de Mário-Henrique Leiria publicados nesse tal jornal, “O COISO”, do qual foi redactor, um dos mentores e também director.
Não é só uma homenagem ao autor, que, além de colaborar com publicações em várias antologias de poesia, jornais e revistas, durante o percurso da sua vida foi deixando para trás uma obra deveras difícil de reunir: pinturas, desenhos, colagens… etc... É também uma homenagem ao homem, simples, generoso, lutador, romântico e até revolucionário, vejam lá vocês…
São os textos dum espaço dedicado ao “CANTINHO INFANTIL”, escritos sob o pseudónimo de Wilson Gazoza ou Vôvô Gazoza.
É também uma homenagem ao actor Mário Viegas, principal del ‘ator destes textos.
Durante 60 minutos divirtam-se connosco, homenageando o riso e, os sorrisos que nos faltam para sermos quotidianamente tristes, tirando o fado da inundação das águas absolutamente marítimas, e não só…, vejam lá por onde isto há-de ir…
Dezassete histórias, contos e também fábulas, 1 receita da cozinha, uma tradução, e 1 poema revolucionário…
Depois. Bebam um GIN com ou sem Tónica e
Divirtam-se que nós também não.