Bem-vindo a bordo rumo à Aruba, ilha paradisíaca do Caribe que mais parece pintura. Cercada por um mar calmo e espelhado, repleta de piscinas naturais, com sol o ano inteiro, areia branquinha e coqueiros ao vento. Tudo arquitetado para você viver sem culpa o clichê: sombra e água fresca.

Texto e Fotos por Priscilla Rios

O Caribe é tudo o que ele promete ser. Tropical e transparente. Visto do alto, o mar é um espelho tão fiel que as nuvens fazem sombra no fundo e dá a sensação de que estamos voando de ponta cabeça, parece que o céu está mesmo abaixo de nós.

Ao pousar na ilha de Aruba, a primeira impressão é arrebatadora, as praias são tricolores. Vão do verde claro passando pelo azul claro até o azul escuro. A ilha é cercada de piscinas naturais, com peixes violetas e amarelos. Um convite a praticar snorkeling e passar o dia flutuando em águas calmas e admirando a formação artística dos corais. Eles são tão fartos na ilha que as construções mais antigas possuem muros feitos de corais. Costeando esses muros há um sistema eficaz de segurança: cactos plantados em fileira.

O que não é de se espantar porque Aruba é um deserto forrado de cactos centenários que mais parecem árvores de tão altos, com lagartos de um verde e um azul intenso circulando entre eles.

Como um pontinho no mapa, essa ilha deserta não tem nada de deserta e foi colonizada pelos holandeses ainda em 1636. As casinhas mais antigas até cultivam contornos da arquitetura holandesa, mas a brisa caribenha já ganhou todas as paredes com cores fortes e vibrantes destacadas pelo sol de 40 graus. A chuva só dá o ar da graça três dias por ano e nem por isso o sol se põe.

Nos jardins, nas praças, ruas e auto-estradas e até mesmo nas areias brancas das praias crescem as Divi Divi. Árvores que até parecem ter sido torcidas propositadamente pelo homem, mas são mesmo obras das mãos da natureza. Curiosamente elas estão sempre pendendo para um lado e parecem apontar a direção do vento, que aliás é incessante na ilha. Marca registrada de Aruba, há Divi Divi desenhadas inclusive nas placas dos carros.

Em uma voltinha despretensiosa pela cidade, ir ao supermercado já é uma aventura. Nas prateleiras tudo é importado, a única produção local é o Aloe Vera. A economia interna também é fortalecida pela refinaria de petróleo aberta em 1924. A ilha conta ainda com uma estação de tratamento e dessalinização da água do mar, por isso a água potável sai direto da torneira, inclusive os hoteis já deixam um copinho ao lado da pia. Todo o sal retirado é devolvido ao oceano. São dessalinizados 9 milhões de litros de água por dia para atender o volume flutuante de turistas que chegam pelo ar e pelo mar todos os dias.

Os hotéis em sua maior parte são de muito bom gosto, com cafés da manhã fartos que vão do leite aos ovos mexidos com bacon para agradar o paladar da maioria, no caso os gringos americanos. Também disponibilizam uma série de atividades como spa, academia e esportes como tênis, minigolfe, passeios de jet ski, aulas da língua local - o papiamento - e acesso a praias particulares. Tudo para fisgar o turista e fazê-lo passar mais tempo desfrutando das mordomias do hotel.

Como Aruba é uma ilha da Holanda, a língua mãe é o holandês, mas os nativos também falam com fluência o inglês e o espanhol e entendem o português e algumas línguas africanas. Da soma de todos esses idiomas nasceu o papiamento, o dialeto não é tão difícil de entender graças à tímida presença do português e do espanhol na mistura.

A moeda local é o florim, quase equivalente a diferença do real para o dólar. Você pode pagar por tudo em dólar e vai receber o troco em florins. E o caminho das pedras em Aruba, literalmente, é o centro da cidade com suas inúmeras lojinhas vendendo ouro. Em cada esquina você encontra acessórios como brincos e pulseiras 18 quilates a preços acessíveis e livres de impostos para o turista.

Na praia, em dias de pouca nuvem, uma tarefa de todo visitante é contemplar o horizonte. Se espremer a vista vai notar a 30 km dali a vizinha Venezuela.

As praias mais famosas de Aruba são a Baby Beach e a Palm Beach.

Em terra, vale dar uma passadinha no farol Califórnia, esse era o nome do navio que afundou no local dois anos antes da construção do farol em 1910.

Também vale ir à pitoresca capela do Alto da vista, essa igrejinha de 1776.

Outra dica é passear pelos bairros para admirar as típicas casinhas coloridas do Caribe.

Se tiver tempo, pegue o voo de 20 minutos para a ilha de Curaçao e visite o centro histórico, o porto, faça o mergulho com os golfinhos e conheça pelo menos duas praias de tirar o fôlego, a Kenepa Grande (também chamada de Knip) e a Cas Abou. Os pacotes de passeios são oferecidos no centro da cidade e inclusive no hotel, mas vale a pena alugar um carro com GPS. Você circula por tudo com tranquilidade, faz os passeios no seu ritmo e pode parar em restaurantes exóticos como o que fica na Butterfly Farm, uma Fazenda de Borboletas na autoestrada. Também vale paradinhas rápidas em penhascos maravilhosos em uma fuga das rotas prontas para turistas para conhecer o Caribe como ele realmente é.

Tropical e transparente.