Lisboa é uma cidade de surpresas, basta sermos curiosos e já está! Este sábado passado começámos pelo Panteão Nacional e acabámos a petiscar e a ouvir fado vadio na tasca do Jaime. Se conhecíamos? Claro que não... nunca imaginámos haver tascas em Lisboa com programas de Fado a um sábado à tarde, o que achámos fantástico e parabéns ao Jaime!

Mas, comecemos pelo início. Fomos fazer uma visita guiada ao Panteão Nacional, mais conhecido pelas obras de Santa Engrácia, cuja demora na sua edificação fez surgir nos Lisboetas o adágio popular de “obras de Santa Engrácia”, ou seja obras que nunca mais acabam.

Começado a construir nos finais do Séc XVII (1681) onde tantas alterações e modificações ao projecto demoraram 284 anos para finalizarem a dita obra, foi inaugurada em 1966. As histórias sobre as suas vicissitudes são rocambulescas e dariam para escrever um livro.

Embora inicialmente a obra estivesse destinada a ser mais uma igreja, parece que ali nunca se realizou nenhuma missa e, dando seguimento a uma lei de 1916, o estado novo decide não só assumir a responsabilidade da conclusão das obras, como o reconverte e adapta a Panteão Nacional, para assim homenagear algumas personalidades mais importantes da Nação.

O Panteão é uma construção magnífica barroca que merece  a admiração no seu todo e nos pormenores:a utilização de materiais nobres na sua decoração (mármores coloridos), pormenores de acabamento do interior, a estatuária, a edificação do Zimbório e o cuidado da zona envolvente. O seu terraço oferece uma das melhores vistas de Lisboa  e sobre a margem  sul do Tejo.

Para pessoas leigas, como eu, aconselho uma visita guiada. Os pormenores são muitos e as histórias que acompanham esta odisseia fazem-nos pensar na forma como por cá se encaram as grandes obras.

São cinco horas e a tarde ainda vai a meio. Fomos passear para a feira da ladra que apesar de esta perto do fim ainda nos ofereceu uma visão do que se pode comprar e levar. De seguida fomos de caminhada para a Graça.

Tencionávamos ir beber um copo ao Botequim, ao lado da Vila Sousa, mas este estava fechado para férias. Continuámos a passear até que passamos diante de uma tasca atulhada de gente e fomos ver o que era. Para nosso espanto cantava-se o fado e ainda só eram seis da tarde. Inexplicavelmente, naquele espaço pequeno cabia sempre mais um e nós éramos 11 pessoas. Ficámos em comboio, uns em cima dos outros e fomos ganhando espaço. Como estávamos a consumir, que eles estão ali é para fazer negócio, foram-nos dando atenção e espaço. Com vinho na mesa, servidos de pão, queijo, presunto e uns pastelinhos de batata chamados de bacalhau, passámos o resto da tarde na conversa com as pessoas e a ouvir fado vadio. Os fadistas não eram famosos, mas as pessoas eram alegres e divertidas e passámos um resto de tarde fantástico.

Tasca do Jaime

Rua da Graça, 91

Tel. 218 881 560