...mais a caralhota endurece...
Ou pelo menos é o que se diz em Almeirim!
Como terra bem portuguesa que é não podia deixar de ter três coisas essenciais à lusitanidade: provérbios maliciosos, lendários "chicos-espertos" e gastronomia de excepção! Se dos primeiros só conheço aquele com que iniciei este texto e do segundo toda a gente sabe a história, é a terceira que me põe a dissertar com o gosto e a autoridade de quem já encontrou muita pedra no prato. Bendito frade que tão bem soube escolher onde parar para fazer uma sopinha!
Não são, no entanto, os encantos da deliciosa Sopa da Pedra que venho aqui apregoar, mas os de outra iguaria regional tão simples e deliciosa que é quase... obscena. Falemos então da caralhota.
Há quem faça turismo gastronómico, há quem siga as rotas dos vinhos e há outros, como eu, que são os maluquinhos do pão. Onde quer que vá, tenho sempre de provar pão simples, pão com pão, como se diz... é a minha costela alentejana a falar.Se por esta altura já tenho a certeza que não há pão como nos países mediterrânicos, sou também muito sensível às diferenças regionais, que isto não é tudo farinha do mesmo saco! Uma rosca florentina é uma coisinha sem sal ao pé de um pão siciliano e a regueifa do Porto está a anos luz de um saloio de Mafra. É toda uma ciência.
Mas foi o interessantíssimo artigo da Ana, http://myguide.iol.pt/profiles/blogs/gastronomia-frio-nao-presta, que me fez hoje lembrar do rei dos pães: a caralhota, o tradicional pão caseiro de Almeirim, amassado à mão em alguidar de barro e cozido em forno a lenha. É um pão guloso, guloso, que não se consegue parar de comer, e tão denso e firme que apetece trincar e trincar... e trincar... Experimentem com manteiga, acabadinho de sair do forno e com restos de cinza na base, experimentem com mel silvestre, experimentem com uma bifana... experimentem. Não vão querer outra coisa. E esqueçam lá os hidratos de carbono que aquilo tem por grama!
Em Almeirim e arredores podem comprá-lo em qualquer lado, mas eu conto-vos o meu segredo: na rua principal, a dos restaurantes, há uma garagem aberta que costuma ter uma senhora à porta a vender morangos, quando os há, ou outros produtos regionais. Lá dentro, há caralhotas bem quentinhas, sempre a sair do forno. As melhores!
E se querem saber a razão deste nome curioso, que se presta tanto a trocadilhos, deixo-vos a explicação das gentes da terra:
http://semanal.omirante.pt/index.asp?idEdicao=247&id=27660&...
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Não querendo retirar à caralhota o pódio que lhe é devido, atrevia-me a colocar uma outra fantástica fonte de hidratos no 1º lugar ex-aequo, a broa de Avintes.
Maluquinho do pão, Sócio nº1232346
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