Nasce em terras de Espanha, na serra de Albarracín, a 1593 metros de altitude e tem mil e sete quilómetros de extensão. O rio Tejo é grande, o maior da Península Ibérica, cujas águas em solo espanhol são libertadas pela barragem de Cedillo, ao fim de um longo percurso até à sua foz em Lisboa.

A explosão inicial é difícil de encontrar. A sua nascente é apenas um fio de água que brota à superficie, que vem pela serra abaixo e vai engrossando. Na sua ponta final é um extenso lençol líquido que, em tempo de inverno, galga as margens e beija as casas que lhe estão perto.

Dele se contam muitas histórias, todas verídicas: De pescadores fanfarrões, de crianças afogadas nos rápidos e de almoços feitos com os seus peixes de água doce. O Tejo é a razão e o viver de muita gente, especialmente dos que dele tiram o seu sustento.

A escritora Alice Vieira diz-nos que "o Tejo tem um estuário único e também uma claridade única porque é muito largo", uma claridade que influencia toda a cidade. "Num dia normal, Lisboa tem umas quatro luzes diferentes: as cores, a água, a luz e as gastronomias, são coisas que diferenciam Lisboa de todas as outras cidades que conheço". Relembra ainda que "na época dos Descobrimentos, o Tejo foi muito importante. Era a porta para o resto do mundo. Tudo passava por aqui. Na zona da Torre de Belém, o rio Tejo deixa de ser rio" já que as suas águas se misturam com as do Oceano Atlântico, aqui mesmo à nossa porta.