Atenção, órfãos de festivais nesta estação da queda da folha. Está aí a chegar a segunda edição do Sintra Misty, festival com generosa oferta de concertos nacionais e internacionais, para além de outras iniciativas de cariz musical. Preparados?

De 13 a 23 de Outubro desfilam pela verde Sintra, mais exactamente, pelo Centro Cultural Olga Cadaval, alguns dos projectos musicais mais estimados dos quadrantes alternativos nacionais e internacionais. É assim que o (habitualmente nebuloso) mês de Outubro é temperado com nomes como Stuart Staples, Jay-Jay Johanson, Howe Gelb, The Legendary Tiger Man, Mazgani ou Dead Combo. Para além dos concertos, haverá lugar ao cinema neste festival da música e das palavras. As Misty Sessions, (quase) sempre às 18h30, agrupam um conjunto de filmes que exploram a ligação entre a música e a sétima arte.
Mas para que não nada lhe passe despercebido, saiba o que pode ver e ouvir em cada um dos dias do festival.

Quinta, 13: Sandy Kilpatrick e Stuart A. Staples

No dia de abertura do festival, o Grande Auditório do Olga Cadaval enche-se para ouvir Stuart A. Staples, a voz dos Tindersticks. Acompanhado pelo piano e teclados de David Boulter e pelo contrabaixo de Dan McKinna, o homem de “Songs for the Young at Heart” apresenta-se a solo pela primeira vez em mais de cinco anos, trazendo na bagagem canções que elevaram a sua voz até ao estatuto de culto, mas também novas criações que aí terão estreia absoluta.

A primeira parte do concerto é assumida por Sandy Kilpatrick, cantautor escocês com forte ligação a Portugal, dado que foi aqui que escreveu e gravou o trabalho que agora se prepara para apresentar.

Sexta, 14: Nicole Eitner and the Citizens e Sara Tavares

O segundo dia do festival é dedicado à música nacional e feminina. Sara Tavares vem mostrar ao público português a razão do seu enorme sucesso lá fora: “Xinti”, o seu mais recente trabalho, teve edição internacional na prestigiada World Connection e recebeu os mais rasgados elogios da imprensa internacional. Para além deste, levará ainda para o palco os clássicos que são o resultado de 17 anos de trabalho.

Nicole Eitner and the Citizens é a banda suporte neste dia. A cantora que foi convidada para abrir o concerto de Suzanne Vega em Portugal tem o material de dois álbuns, “I Am You” e “The Vampires”, para apresentar.

Sábado, 15: Dead Combo e Mazgani.

E ao terceiro dia há cinema. Às 18h30 passa, no Auditório Acácio Barreiros, o controverso filme de Casey Affleck , “I’m Still Here”,  no qual Joaquin Phoenix encarna  uma suposta transformação de um actor de Hollywood numa singular estrela rap.

Três horas mais tarde, sobem ao palco do Grande Auditório dois projectos musicais nacionais que muita tinta têm feito correr: Dead Combo e Mazgani. A dupla Pedro Gonçalves e Tó Trips irá mostrar aqui de que misturas se faz o sucessor de “Lusitânia Cowboys”: “Lisboa Mulata”.

Mazgani volta ao Sintra Misty para uma apresentação diferente – acompanhado pelo seu guitarrista, num espectáculo intimista - do intenso material de “Song of Distance”, que terá edição internacional alargada por esta altura.

Domingo, 16:

Domingo é dia de descanso, mas não param as Misty Sessions. O filme do dia é “De Tanto Bater o Meu Coração Parou”, de Jacques Audiard, que fala da música como uma linguagem universal.

Quinta, 20: King Creosote e Jon Hopkins e John Grant

A música regressa ao Olga Cadaval, na figura de John Grant, autor de “Queen of Denmark”, álbum destacadíssimo por parte a imprensa especializada. Grant apresenta-se no Sintra Misty acompanhado por um teclista, num espectáculo de requinte intimista que será certamente imperdível.

Não menos importante é a apresentação, esta noite, de King Creosote e Jon Hopkins, num espectáculo em que os dois artistas se apresentam sem mais nenhum acompanhamento - Jon Hopkins entrega-se ao piano enquanto King Creosote se ocupa da guitarra e voz - e que promete ser dos momentos mais intensos desta edição do Sintra Misty. “Diamond Mine” é um trabalho que o vocalista descreveu como “uma banda sonora para uma visão romântica da vida numa cidade costeira da Escócia”.

Sexta, 21: Howe Gelb e Sean Riley & the Slowriders,

O dia começa com a exibição de “Patti Smith Dream of Life”, às 19h, um retrato da “madrinha do punk”, realizado por Steven Sebring.

Mais tarde actuarão Howe Gelb, cantautor exímio da folk americana, com um elogiadíssimo trabalho – “Alegrias” – para mostrar; e Sean Riley & the Slowriders, projecto nacional que vive do imaginário do rock and roll da América, com enorme aplauso do público e da crítica.

Sábado, 22:  Jay-Jay Johanson e We Trust

“9 Songs”, com um argumento que mostra bandas como os Black Rebel Motorcycle Club e Primal Scream em palco, é o filme escolhido para dar início a mais um grande dia Sintra Misty.

À noite, o palco é de Jay-Jay Johanson, que promete enfeitiçar com o seu novo trabalho “Spellbound”, temperado de sonoridades jazz, a par com os temas mais antigos que criaram uma legião de fãs em Portugal.

Ainda esta noite é apresentado We Trust, novo projecto de André Tentúgal.

Domingo, 23:  Legendary Tiger Man e Guta Naki

No dia de encerramento do festival, as Misty Sessions apresentam, às 16h, 10 curtas e um road movie, de Legendary Tigerman, homem de talentos reconhecidos não apenas com uma guitarra na mão, mas também com uma câmara de Super 8. Segue-se a exibição de “Joy Division”, o documentário premiado de Grant Gee sobre a influente banda de Ian Curtis.

À noite, o “filme” é outro: a actuação de Legendary Tiger Man, sem rede, intimista, onde vai expor as suas mais conhecidas criações bem até ao osso, num concerto de tonalidades blues.

Como banda de suporte apresentam-se os Guta Naki, com a sua pop ditada em português.

Centro Cultural Olga Cadaval
13 a 23 Out
Preços: entre 16€ e 24€; 3€ (Misty Sessions)

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