PASSEIOS (cá dentro): Fim-de-semana de preguiça no sudoeste alentejano

Como o tempo ainda não está para banhos, é do campo que falamos neste artigo sobre um fim-de-semana no litoral alentejano. Siga este nosso apanhado de sugestões e use-o no caso de necessitar de recarregar baterias.

O trinómio preguiça-gula-adenalina resulta sempre bem, certo? Pois foi isso mesmo que experimentámos num fim-de-semana passado a 200 quilómetros de Lisboa e ainda mais longe das preocupações da cidade. O destino dava pelo nome de São Luís, no concelho de Odemira. Situada a escassos 12 quilómetros de Vila Nova de Milfontes, a freguesia de São Luís embrenha-se no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e oferece ao visitante o desejado retiro na natureza. Aí usufrui-se da beleza da serra, do encanto da aldeia de ruas estreitas e caiadas, da espectacularidade do rio Mira e, claro está, da proximidade do mar e da praia, quando o calor aperta.

Um pecado perdoável: a preguiça

Foi a preguiça que nos conduziu até S. Luís. Mais precisamente a unidade de turismo rural chamada Corte Nova da Preguiça. Que, tal como o nome indica, promete longos estiramentos em cadeiras de jardim, conversas demoradas debaixo do telheiro, sessões de escuta do canto dos grilos em noites estreladas e, no limite, caminhadas a passo de caracol pelas estradas de terra circundantes, passeios de bicicleta ou a cavalo, sempre a ritmo de quem não quer chegar a lado nenhum.


Fomos recebidos pelo Zé, que nos acarinhou com as seguintes frases: “o pequeno-almoço é das 9h da manhã às 9h da noite”, “o check out pode ser feito até à meia-noite”. Com tamanho cartão-de-visita não nos espantou saber que os seus hóspedes facilmente se convertem em amigos.


O espaço é igualmente acolhedor: uma casa rasteira com os quartos voltados para o campo, uma sala soalheira com vista para uma comprida piscina, uma decoração feita das mil e uma peças que o proprietário recupera e às quais oferece novas funções.


O tal pequeno-almoço sem hora marcada é feito do magnífico pão alentejano ainda quente, de um sumo de laranja espremido como nos tempos da nossa infância, do leite, do café, da manteiga, do fiambre e do queijo que acompanham sempre bem. Simples e delicioso.


Feita a digestão, mesmo o maior amante do dolce far niente é levado a usufruir da natureza que o envolve e toma um dos caminhos ladeados pelo delicioso cheiro da esteva.


Um pouco de adrenalina, só para temperar

Sem ter que se afastar muito da sua casa de fim-de-semana, o tal amante do repouso dá de caras com o Centro Hípico da Natacha. Esta eslovena residente em Portugal há mais de dez anos tem um simpático conjunto de cavalos e póneis criados ao ar livre e faz tudo deles, inclusive aulas de equitação e passeios. A experiência do passeio está imbuída da mesma tranquilidade sentida em casa do Zé. Cavalos bem tratados não se enervam por dá cá aquela palha e o percurso faz-se a passo, para melhor apreciar toda a paisagem envolvente que é belíssima. Se há crianças no grupo, a proprietária acompanha-as a pé, como quem passeia um pachorrento cão pela trela. Ficamos amigos da Natacha e só não trazemos um cavalo connosco para casa porque não cabe no porta-bagagem.


E boa comida para aconchegar
E porque o ar do campo abre o apetite, não poderiam faltar as recomendações gastronómicas. Para bem comer, propuseram-nos dois restaurantes em Vila Nova de Milfontes que são dignos de constar nos mais rigorosos guias. A Tasca do Celso é lugar concorrido que pede marcação se não queremos ficar à porta. Com uma decoração rústica a fazer lembrar casinhas de bonecas e uma lareira acesa queremos tudo menos ficar à porta. À mesa chegam petiscos variados ou pratos do dia provenientes da cozinha que está à vista. Provámos uma massa com bacalhau, amêijoas e feijão, uns linguadinhos fritos com arroz de tomate, mas também podíamos ter ido para a raia de alhada, para o sargo grelhado, ou para os petiscos como as saladinhas de búzios, de ovas, de polvo…


Para o almoço do dia seguinte escolhemos o Conversas com Sal, restaurante com esplanada a cair para as dunas e vista para a foz do rio Mira. Petiscámos umas saborosas amêijoas, uma salada de búzios e uns camarões com gengibre. Queremos voltar um dia para provar o resto.



Contactos:


Corte Nova da Preguiça
São Luís, Odemira
Tel.: 961 620 620
Site: Corte Nova da Preguiça


Tasca do Celso
Rua dos Aviadores, Vila Nova de Milfontes
Tel.: 283 996 753
Site: Tasca do Celso

Conversas com Sal
Avenida Marginal, Vila Nova de Milfontes
Tel.: 283 998 417

Nota: artigo publicado em Março de 2011, reeditado

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Comentário de Marina Soares em 9 Março 2011 às 11:17

Vila Nova de Milfontes no Inverno é uma maravilha. Assim, como assim, a água do Mira é sempre gelada...

Boa sugestão, MyGuide!

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