Sempre tive um profundo gosto em viajar, conhecer outros povos e outras culturas. Muitas vezes sonhei viver no bulício de uma grande capital ou no descanso de destinos paradisíacos, mas, finda a aventura da viagem, sinto sempre um enorme prazer em regressar.
Apesar do regresso ser sempre o mais difícil (trocar a liberdade de movimentos e as novas experiências pelos gestos e lugares de todos os dias...), sabe sempre bem reencontrar Lisboa, com as suas casas e ruas, e a marginal a correr ao lado do mar. Afinal, a distância devolve a saudade e a verdadeira medida da beleza que a rotina diária submerge.
Nos últimos anos, aprendi a olhar para este país de outra forma. À medida que viajava fui-me apercebendo que Portugal é um dos lugares mais fantásticos do mundo. E, aos poucos, fui percebendo o real valor da nossa enorme riqueza cultural e turística. Pode soar a frase feita, de cartão postal, mas a verdade é que compreendi que às vezes é preciso ir longe para ver perto.
Em finais do séc. XX e na madrugada do século XXI, Portugal tem vindo a distinguir-se em várias áreas, na música, na literatura, na pintura, no desporto. Hoje são muitos os portugueses conhecidos e respeitados no mundo inteiro, que dão corpo a uma nova expansão – uma verdadeira expansão cultural e espiritual.
Se os Descobrimentos representaram uma forma de expansão territorial, chegou a hora de iniciar um novo ciclo, de protagonizar uma nova expansão, desta vez uma expansão pela mente – a vontade de mostrar a nossa cultura e projectar a nossa arte –, uma revolução cultural e individual.
É tempo de olhar em frente, de abrir Portugal ao mundo, de assumir, com orgulho, a identidade portuguesa e as suas inúmeras potencialidades, a sua unidade e as suas diferenças.
E é tempo de voltar a ver no mar o elemento vital que nele simboliza a força capaz de nos projectar para longe, as ondas que levam e trazem novos mundos ao nosso mundo, que completam o movimento outrora por nós iniciado. Depois de descobrirmos o mundo, venha agora o mundo descobrir-nos.
Agostinho da Silva fala das características dos portugueses
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