Finalmente ia conhecer o museu mais rico do mundo. Como grande admirador dos grandes mestres do Renascimento sonhava com o dia em que visitaria o museu do Vaticano.
Após uma espera prolongada, finalmente consegui entrar na mais pequena nação do mundo. Com cerca de 50 hectares, o Vaticano é uma teocracia encabeçada pelo papa, com apenas 550 habitantes e mais de 4 000 000 de visitantes por ano.
Há muito que queria conhecer a Capela Sistina, visitar as Salas de Rafael, as Galerias dos Mapas, das Tapeçarias, dos Candelabros e passar alguns momentos nos faustosos apartamentos dos Borgia.
Na expectativa de viver uma experiência iluminada foi com algum desespero que me vi a caminhar entre milhares de turistas que se atropelavam na esperança de captar o melhor postal das suas férias. Apesar de estar num local onde o Belo existe no seu expoente máximo, foi difícil conseguir desfrutar de um momento de introspecção.
Confesso que algumas vezes senti alivio quando observava através das janelas as áreas não acessíveis aos turistas, pois foi difícil parar em algum lado sem ser empurrado por um grupo de excursionistas.
Apesar da experiência traumatizante já posso enfim dizer que estive no Vaticano e na espantosa capela Sistina.
De seguida rumei para a Sardenha que, para além da famosa beleza natural de todo o seu litoral, possui ainda um rico património histórico pouco explorado que remonta ao Paleolítico Inferior.
Durante muito tempo, os seus habitantes, em busca de refúgio, saíram da costa e aventuraram-se pelo interior montanhoso e de difícil acesso da ilha. Ali foram encontrados vestígios humanos datados de 150 000 a.C. Depois de uns mergulhos na praia fui então para o interior a salvo dos grupos de excursionistas que ficaram a banhos na costa. Estes não tinham qualquer interesse em visitar "os calhaus" que povos como os Fenícios, Romanos, Vândalos, Árabes, Genoveses, Pisanos e Espanhóis, ali deixaram há milhares de anos atràs.
É no interior da Sardenha que se situa o maior complexo megalítico da Europa Ocidental, de nome "Nuraghe Arrubiu" (XIV sec. aC).
Nuraghe Arrubiu (vermelho) recebe o seu nome por causa da cor dos líquenes que cobrem as rochas.
Este impressionante testemunho da pré-história Sarda nasce num planalto, originalmente tinha por cima uma torre de 30m rodeada por uma muralha com 12 outras torres. Toda esta estrutura ocupa uma superfície com um área de cerca de 10 000 m2.
O abandono desta povoação aconteceu no século IX. a.C.
Em Nuraghe sim, consegui parar, sentir, tocar, descansar, contemplar e dar "graças a Deus" por os excursionistas preferirem as esplanadas da costa aos "montes de pedras grandes espalhadas por todo o lado.” Felizmente ao contrario do que me aconteceu no Vaticano, aqui apenas encontrei 2 pessoas.
Nota: Após ter lido um artigo no MyGuide do Fernando Emmes acerca de património arqueológico (Os Cromeleques de Almendre ...) não resisti a partilhar a minha experiência em Itália.
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Bom artigo, Miguel. Gosto de arqueologia.
Cheguei até aqui através do link no artigo do Rui e não dei o meu tempo por perdido.
Obrigado Isabel:)
Anabela, Nuraghe fica na provincia de Orroli. Na região tem outros testemunhos arquelogicos que também merecem uma visita. São eles Domus de Janas, Su Putzu, Corona Arrubia. Encontra mais informações no site
http://www.comuneorroli.it/sito/nuraghi.htm.
Tenho pena de não ter uma máquina digital na altura que visitei o vaticano...confesso, que fiquei deliciada com as fotos e que foi preciso repetir o artigo paa começar a ler o texto :))
Parabéns ;)
Realmente é preciso gostar de multidões para aguentar um dia de Vaticano.
Já lá estive, percebo bem o que diz, mas voltava a passar pelo mesmo. Não é por acaso que este lugar suscita tanto interesse
A Sardenha está nos meus planos, gostei da descrição do interior mas gostava de saber mais. A Costa é assim tão apinhada ou ainda conseguimos encontrar Praias com pouca gente?
Que tal o Miguel partilhar mais algumas das suas fotos de ferias da Sardenha:=)
Quanto ao vaticano, comungo da mesma sensação de desespero pela falta de espaço para absorver o que se nos depara, nas várias salas porque passamos. è verdadeiramente espectacular, pintura, escultura, mobiliário e ambiente. Só visto.
A Sardenha já não posso dizer o mesmo, conheço fotos do mar, da costa e pouco mais, mas espero ainda vir a conhecer.
Gostei muito dos detalhes que preenche todas as obras e a própria Capela Sistina. Tudo parece cuidado e reestruturado, sendo bastante visível a grande aposta no turismo por parte de Itália, com base na sua arte e história antiga. Para quem nunca foi visitar a Capela Sistima, podem ver neste site a visualização 3D da capela.
Tenho pena que o mesmo cuidado e aposta não se passe em Portugal, pois temos muita história para contar, e por veses existe pouco investimento nesta fonte de turismo.
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